Atrapalha também a comercialização do suco da fruta O preço da laranja Pera Rio, chamada de “comum”, aumentou muito nas últimas semanas.
A cadeia citrícola no Brasil é altamente industrializada, cerca de 30% da produção brasileira de laranjas é destinada ao mercado, enquanto 70% é utilizada para processamento de suco.
A previsão é de que a atual safra totalize 408 milhões de caixas de 40,8 kg, equivalentes a 16,5 milhões de toneladas métricas. Se confirmada a estimativa, o número representará uma redução de 1.03% em comparação ao período anterior.
A diminuição é atribuída à incidência de greening, conhecido como a "doença do dragão amarelo". Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), trata-se da "doença dos citros [plantas cítricas] de maior importância no mundo, em função da dificuldade de controle, da rápida disseminação e por ser altamente destrutiva".
O clima adverso prejudicou a segunda florada dos pomares nacionais, resultando em uma menor disponibilidade de frutas para serem colhidas. A oferta menor já tem mexido com as indústrias, que reduziram suas exportações. Nesse período, o Brasil vai encolher sua produção em 1% e a expectativa é que sejam colhidas 16,5 milhões de toneladas da fruta, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgados na semana passada.
A produção menor significa uma menor disponibilidade de matéria-prima para indústrias ter seu principal produto, o suco de laranja.
A expectativa é que a produção nacional de suco caia pelo segundo ano consecutivo, para 1,1 milhão de toneladas. O volume representa uma retração de 1,6% em comparação à safra 2022/23, quando foram produzidas 1,12 milhão de toneladas.
Como o Brasil representa três quartos do comércio mundial de suco, a queda na oferta nacional fez os preços voltarem a subir no mercado internacional.
O efeito do Brasil no mercado internacional só não é maior porque a produção mundial de suco de laranja crescerá 1,4%, para 1,5 milhão de toneladas. “Eu parei de tomar, simplesmente assim”, afirma a aposentada Lucineide Cabrera, “não vou pagar o que estão pedindo pelo suco”, justifica.