Alegando conflitos com as sanções impostas pelo Reino Unido, a Apple removeu o VK, plataforma russa similar ao Facebook, de sua loja de aplicativos. De propriedade da empresa VKontakte, o aplicativo de mídia social é o quinto mais popular da Rússia. As informações são do jornal britânico Guardian.
Por meio de um porta-voz, a gigante tecnológica justificou que o app estava associado a um dos países sancionados pelos britânicos por conta da guerra na Ucrânia e, portanto, foi removido.
Do outro lado, em nota, a VKontakte comunicou que o aplicativo continuará funcionando em smartphones que já o haviam instalado antes da desativação. Porém, fez o alerta aos usuários de que “pode haver dificuldades com notificações e pagamentos”.
“Nos últimos meses, foram implementadas atualizações importantes em nossos principais produtos, o que permitirá que os aplicativos permaneçam relevantes por muito tempo”, acrescentou o comunicado.
Segundo a agência de notícias estatal TASS, o Ministério de Assuntos Digitais da Rússia entrou em contato com a Apple para descobrir o que estava por trás da exclusão. O veículo governamental ainda disse a que a VKontakte vendeu sua divisão de games para o empresário Alexander Chachava pelo valor de US$ 642 milhões na terça-feira (27). Diversos sistemas de jogos estão atualmente bloqueados na Rússia em consequência das sanções.
A economia da Rússia foi duramente atingida pelas sanções e pelo êxodo de empresas ocidentais que se sucederam à invasão da Ucrânia. A Apple reduziu suas operações no país, bem como excluiu os aplicativos das empresas estatais russas de mídia RT e Sputnik e disse que não mais venderá seus produtos, como iPhones e iPads, em território russo.
O mais recente pacote de embargos do Reino Unido saiu na segunda-feira (26) como uma resposta aos referendos falsos realizados por Moscou para demonstrar o consentimento em relação à anexação de áreas ocupadas. As últimas sanções atingem 39 membros da liderança do Gazprombank e do Sberbank, bancos ligados ao Kremlin que, juntos, possuem pouco menos da metade do VK.
“Os referendos falsos realizados no cano de uma arma não podem ser livres ou justos, e nunca reconheceremos seus resultados”, disse o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido James Cleverly. “Eles seguem um padrão claro de violência, intimidação, tortura e deportações forçadas”.
O referendo popular, que consulta os cidadãos de regiões ocupadas sobre a anexação delas ao Estado russo, “não têm legitimidade e são uma violação flagrante do direito internacional. Essas terras são a Ucrânia”, disse pelo Twitter o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, nesta terça-feira (27).
Just spoke with President @ZelenskyyUa & made clear that #NATO Allies are unwavering in our support for #Ukraine"s sovereignty & right to self-defence. The sham referenda held by #Russia have no legitimacy & are a blatant violation of international law. These lands are Ukraine.
— Jens Stoltenberg (@jensstoltenberg) September 27, 2022