Educação Ensino Médio

Evasão escolar no ensino médio atinge meio milhão de jovens por ano, aponta estudo

Fenômeno atinge mais de 500.000 jovens do Ensino Médio por ano

Por Carol Queiroz

20/04/2023 às 13:34:55 - Atualizado há
Evasão escolar é um dos fatores que contribui com a desigualdade social. Foto: Agência Estadual de Notícias/Governo do Paraná

A evasão escolar é uma tragédia silenciosa que amplifica desigualdades sociais e impacta a economia brasileira, segundo a pesquisa "Combate à evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades", da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan SESI), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Os dados coletados no estudo mostram que a evasão escolar atinge mais de 500.000 jovens acima de 16 anos por ano.


No Brasil, apenas 60,3% completam o ciclo escolar até os 24 anos. Entre os mais pobres, o número dos que concluem o ensino médio é de 46% contra 94% dos estudantes mais ricos.


O estudo, que reuniu mais de 100 experiências nacionais e internacionais de combate a esse problema, mostra que a estimativa é que cada aluno que deixa de terminar o ensino médio gera um prejuízo de 395 mil reais para si e para a sociedade.


Se o Brasil tivesse índices como os do Chile, onde a taxa de conclusão de jovens no ensino médio fica em torno de 93%, o ganho anual na economia seria de R$ 135 bilhões.


Distorção idade-série, baixo aprendizado, desigualdade social e econômica, falta de orientação sobre carreiras e, como consequência, um baixo engajamento dos alunos com os estudos são alguns dos principais obstáculos a serem vencidos na luta contra a evasão de jovens do Ensino Médio brasileiro – caracterizado pela baixa qualidade do ensino e elevadas taxas de reprovação e evasão.


"Identificamos iniciativas que podem contribuir de maneira decisiva para o combate à evasão, como apoio financeiro para pagamento de bolsas para manter ou atrair de volta à escola alunos de baixa renda; ambientes de aprendizagem inovadores e acolhedores que mantenham os jovens motivados; apoio à gestão escolar e valorização dos professores; projetos de ajuda à transição para o mundo do trabalho que conjugam estudo com o início de uma experiência profissional; apoio psicológico e à aprendizagem, entre outros", elencou a professora Andrea Marinho, assessora e coordenadora técnica do estudo pela Firjan SESI.


Boas práticas

Entre os casos de sucesso, há o "Becoming a Man", de Chicago (EUA), que proveu os estudantes de áreas mais pobres com apoio psicológico para evitar a tomada de decisões precipitadas que os colocassem em risco.


O resultado reduziu as prisões entre 28% e 35% e aumentou a taxa de conclusão do Ensino Médio em 19%.


No Rio de Janeiro, entre 2011 e 2016, o Renda Melhor Jovem remunerava os alunos em R$ 700 ao término do 1º ano do Ensino Médio. O valor aumentava a cada ano a mais concluído. O índice de evasão foi reduzido em 33% entre o público-alvo de baixa renda.

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