No palco desta Terra tão mesquinha,
Onde o humano se perde na negridão,
Ergue-se o véu da dor que nos avizinha,
Atrocidades, frutos da corrupção.
Crianças que na flor da juventude,
Têm suas vidas ceifadas sem razão,
A pedofilia, vil serva da inquietude,
Mancha de sangue a nossa nação.
Mulheres sofrem, vítimas da ira,
Daqueles que deviam as amar,
Estupros, feminicídios, dor que tira,
A paz de um lar, onde há de habitar.
Os velhos, com suas histórias e memórias,
São esquecidos, maltratados sem perdão,
Enquanto os poderosos contam glórias,
Hipócritas, que usam da traição.
O machismo, este espectro odioso,
Que tolhe o voo livre da mulher,
Em nome de um poder capcioso,
Impondo regras que o próprio bem quer.
E na arena da política e da sociedade,
A hipocrisia dança em falso brilho,
Promessas vazias, mentiras à vontade,
Enquanto o povo vive em seu exílio.
Este mundo clama por um novo dia,
Onde o respeito e a paz possam reinar,
Mas enquanto o ódio e a agonia,
Nos corações dos homens insistirem morar.