Lula relembra vítimas de Brumadinho e afirma que Vale 'nada fez' para reparação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas à Vale nesta quinta-feira (25), dia em que se completa cinco anos do rompimento da barragem que devastou a cidade de Brumadinho (MG) e região. O episódio provocou 272 mortes e é considerado o maior crime ambiental e trabalhista da história do país. Em postagem na rede social X (antigo Twitter), o presidente disse que a empresa "nada fez" para reparar a destruição.

"Hoje faz 5 anos do crime que deixou Brumadinho debaixo de lama, tirando vidas e destruindo o meio ambiente. 5 anos e a Vale nada fez para reparar a destruição causada. É necessário o amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e, principalmente, fiscalização e prevenção em projetos de mineração, para não termos novas tragédias como Brumadinho e Mariana", disse.

Hoje faz 5 anos do crime que deixou Brumadinho debaixo de lama, tirando vidas e destruindo o meio ambiente. 5 anos e a Vale nada fez para reparar a destruição causada. É necessário o amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e, principalmente, fiscalização e prevenção…

— Lula (@LulaOficial) January 25, 2024

Conforme mostrou o Brasil de Fato, o desastre pouco afetou os lucros da companhia. Desde janeiro de 2019, quando houve o rompimento, a mineradora já ganhou quase 48 bilhões de dólares – cerca de R$ 235 bilhões na cotação atual. Ao mesmo tempo, atingidos ainda reclamam de cortes nos valores de indenizações pelo caso.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Vale pedindo posicionamento sobre a fala do presidente, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. Caso haja resposta, este texto será atualizado.

No último dia 15 de janeiro, a companhia informou em seu site oficial que mais de 15 mil pessoas atingidas pelo derramamento em Brumadinho fecharam acordos de indenização. Ainda segundo a Vale, 68% do Acordo Judicial de Reparação Integral (AJRI) assinado pela companhia com o governo de Minas Gerais, o Ministério Público Federal e Estadual e a Defensoria Pública de Minas já tinham sido cumpridos.

Rompimento da barragem em Brumadinho contaminou Rio Paraopeba e impactou comunidades e áreas de conservação / Douglas Magno / AFP