Um homem denunciado pelo Ministério PĂșblico do ParanĂĄ por homicĂdio qualificado por atacar e matar uma mulher dentro de um ônibus foi condenado pelo Tribunal do JĂșri a 18 anos de reclusão, em regime fechado. O crime ocorreu em março de 2022, em um biarticulado da linha Campo Comprido-CentenĂĄrio, no MossunguĂȘ.
A vĂtima, Samantha Mantovani Muniz, então com 35 anos, foi agredida a golpes de canivete após uma discussão do réu com outro passageiro, no interior do coletivo. Ela morreu no local.
O julgamento foi realizado nesta segunda-feira, 9 de outubro. Na denĂșncia, o MPPR sustentou a tese de homicĂdio qualificado por motivo fĂștil, que foi totalmente acolhida pelo Conselho de Sentença, rejeitando as teses apresentadas pela defesa de que o homem seria semi-imputĂĄvel e de que teria agido sob domĂnio de violenta emoção logo após injusta provocação da vĂtima. O réu jĂĄ se encontrava preso desde a época do crime e seguirĂĄ detido para o cumprimento da sentença. Cabe recurso, mas não foi conferido a ele o direito de recorrer em liberdade.
Apoio às vĂtimas – A mãe da mulher assassinada mora no Rio Grande do Sul e fez questão de vir a Curitiba para prestar depoimento presencialmente durante a sessão. Ela foi recepcionada pelo promotor de Justiça que conduziria o caso e acompanhada durante todo o julgamento por uma equipe do Ministério PĂșblico que integra projeto piloto da instituição voltado ao atendimento a vĂtimas de homicĂdio e seus familiares.
Executado por meio das Promotorias de Justiça de Crimes Dolosos Contra a Vida de Curitiba, o trabalho foi iniciado de forma piloto no final do ano passado, intitulado pelos promotores como Nujuri – NĂșcleo de Acolhimento a VĂtimas de Crimes Dolosos Contra a Vida. A proposta segue as diretrizes indicadas pela Resolução 243/2021 do Conselho Nacional do Ministério PĂșblico e a Recomendação 02/2023, da Corregedoria-Geral do MPPR, voltada à promoção de ações de proteção às vĂtimas por parte dos agentes ministeriais.