PolĂ­cia ParanĂĄ

Polícia investiga morte de adolescente baleado por guarda municipal em Curitiba; 'Minha vida está destruída', diz pai

Em boletim de ocorrĂȘncia, guardas citam legĂ­tima defesa. Caio Lemes, de 17 anos, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Guarda Municipal apura conduta dos agentes. PolĂ­cia investiga morte de jovem em abordagem da Guarda Municipal de Curitiba

Por G1

28/03/2023 às 00:11:17 - Atualizado hĂĄ
G1

A PolĂ­cia Civil investiga a morte do adolescente Caio José Ferreira de Souza Lemes, de 17 anos, que morreu após ser baleado pela Guarda Municipal de Curitiba no Ășltimo sĂĄbado (25).

O garoto foi ferido em abordagem na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A RPC teve acesso ao boletim de ocorrĂȘncia registrado pelos guardas municipais.

No documento, os agentes afirmam que faziam patrulhamento preventivo quando foram informados por um motorista de que havia pessoas na região suspeitas de trĂĄfico de drogas.

De acordo com o boletim, os guardas foram ao local indicado e viram quatro pessoas com as caracterĂ­sticas citadas pelo denunciante. Segundo os guardas, Caio era um dos integrantes do grupo e teria fugido.

Então, os guardas afirmam ter ido atrĂĄs do adolescente - dois a pé e um com a viatura. De acordo com o documento, o agente que estava de carro cercou Caio, que teria feito movimento indicando que iria se deitar.

Porém, nessa hora, o guarda afirma que o adolescente tirou do boné uma faca de 25 centĂ­metros. O agente diz ter se sentido ameaçado e, para resguardar a própria vida, disparou com arma de fogo.

O boletim de ocorrĂȘncia não diz quantos tiros foram dados. Caio foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Na calça do garoto, segundo o documento, foram encontrados dois tabletes de sete centĂ­metros de substância parecida com maconha, um celular e um cartão transporte.

A arma de fogo usada na abordagem foi entregue à Central de Flagrantes da PolĂ­cia Civil. A reportagem apurou que os guardas municipais tĂȘm câmeras nas fardas, o que pode ajudar a esclarecer o que houve.

Em nota, a Guarda Municipal lamentou a morte, disse que o caso é investigado pela PolĂ­cia Civil, e que a Corregedoria abriu procedimento para apurar a conduta dos agentes. Ainda de acordo com a corporação, até a conclusão das apurações, os agentes estão afastados das atividades operacionais.

O caso é investigado pelo 11Âș Distrito Policial e quem preside o inquérito é o delegado Erick Guedes.

O corpo de Caio foi sepultado neste domingo (26), em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do ParanĂĄ. O pai, Claudio Lemes, disse que o filho nunca reprovou na escola, vem de uma famĂ­lia estruturada, e nunca teve envolvimento com a criminalidade.

"Eu preciso saber o que houve com o meu filho, só isso que eu quero, porque tiraram a vida do meu filho, um garoto de 17 anos, que tinha uma vida inteira pela frente. Eu só quero saber como aconteceu, o que houve, eu só quero respostas, a minha vida estĂĄ destruĂ­da."

De acordo com o pai, Caio sempre andou pela região onde foi baleado. O jovem, afirma o pai, vivia pelo bairro com os amigos da escola, soltando pipa, cortando o cabelo, conversando com os colegas.

Caio estudava o Colégio Julia Wanderley. Nesta segunda-feira (27), estudantes fizeram homenagens ao adolescente.

O advogado André Romero representa a famĂ­lia do Caio e afirma que buscam identificar se de fato houve a "investida" do adolescente contra o guarda.

Ele afirma ter pedido imagens de monitoramento de alguns imóveis da região e que, se houve algo além de legĂ­tima defesa, o Ministério PĂșblico vai ser acionado para responsabilização.
Fonte: G1
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