Grande Curitiba Paraná

Câmara suspende multas em Curitiba, mas precisa anistia da indústria de multa da covid, diz Abrabar

Entidade calcula emissão de mais de R$ 30 milhões em multas contra setor de gastronomia e entretenimento durante a pandemia

Por Cabeza News

23/03/2022 às 22:30:37 - Atualizado há


A Câmara aprovou o projeto de lei 15.799/2021, do vereador Alexandre Leprevost (Solidariedades), que suspende a aplicação de multas no âmbito das ações de fiscalização da lei 15.799/2021, com tipificação de infrações de combate à covid-19 em Curitiba. A medida, que recebeu 36 votos favoráveis, não acrescenta dispositivo para anular as multas aplicadas contra o setor de gastronomia e entretenimento, em uma verdadeira indústria da multa, afirma a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar).

A entidade calcula a emissão, durante a pandemia do coronavírus (covid-19), de mais de R$ 30 milhões em multas contra os bares, restaurantes, casas noturnas e de eventos. "Muitas dessas multas resultaram da truculência e autoritarismos de alguns integrantes do serviço público. Por isto afirmamos que é importante desmontar esta indústria da multa", disse Fábio Aguayo, presidente da Abrabar.

De acordo com ele, muitos empreendedores, e por consequência os funcionários, estão sofrendo porque não conseguem renovar o Simples e alvará, por conta da dívida ativa que entraram devido as multas. "No entanto, estas multas aplicadas até agora, não serão suspensas, mas deixam de ser emitidas", ressaltou Aguayo, parabenizando a Câmara e o vereador Alexandre Leprevost, que encabeçou a iniciativa.

O presidente informou que a Abrabar vai procurar, além do autor do projeto, os demais vereadores para tratar da anistia das multas, incluindo a Secretaria Municipal de Finanças. "Do nosso setor, muitos empresários estão com endividamento de 90% a 95% e não conseguem crédito no mercado para nada".

Longo prazo

A situação é dramática para muitos empresários que só tem esse negócio. De acordo com a entidade, diante desta situação de "bola de neve" de débitos, existem aqueles que ainda acreditam ser possível retomar seus negócios. "A Abrabar sempre apontou que a recuperação só virá a partir de 2023, 2024, quando acreditamos ver uma luz no fim do túnel", disse.

Aguayo ressaltou que a medida da Câmara, de suspender as multas, foi acertada, mas é preciso avançar. "Esperamos que venham mais benefícios para os empresários, especialmente a questão da anistia das multas. Achamos necessário isto, pois tem empresários com multas de R$ 1 milhão, R$ 1,5 milhão, outros com R$ 50 mil, R$ 500 mil, e não tem condições".

Amparo judicial

O presidente da Abrabar lembra que muitas das multas, durante a pandemia, a entidade recorreu. "Algumas conseguimos anular na Justiça, outras fizemos administrativamente e não foi aceito, porque quando uma multa é administrativa ela cai até 90% e não houve isto".

"Sabemos que, pela Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF), o gestor público não pode simplesmente zerar a multa, mas pelo menos fazer um valor simbólico para que estes empresários aprenda a lição, já que houve um grande avanço, uma grande vitória da sociedade que lutou contra a covid e nós empresários que sofremos e lutamos nestes últimos dois anos", concluiu.

Câmara suspende multas em Curitiba, mas precisa anistia da indústria de multa da covid, diz Abrabar
Curitiba, 27 de novembro de 2020. Operação AIFU.


Além da anistia das multas da pandemia, a Abrabar acredita que é possível o poder público avançar no apoio a recuperação dos segmentos econômicos. Em Cuiabá (MT), por exemplo, a Câmara de Vereadores aprovou projeto de lei que dá isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da taxa de alvará de 2022 para empresas afetadas economicamente pela pandemia da covid-19.

Fonte: Cabeza News
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