Bianca Pyl e Luís Brasilino recebem o sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, pesquisador do poder das famílias no Brasil e autor de diversos livros e organizador, entre outros, de “Família importa e explica: instituições políticas e parentesco no Brasil”, lançado em 2018 pela editora LiberArs. A obra detalha como poucas famílias dominam as instituições públicas brasileiras, dos três poderes aos tribunais de contas, cartórios, mídias, associações e entidades educacionais, esportivas, políticas etc. Conversamos sobre como são os estudos sobre as famílias no Brasil, o papel da hereditariedade na transmissão do poder, a distribuição dessas clãs pelo país, a absorção das ondas migratórias europeias pelas elites coloniais, a genealogia dos militares no governo Bolsonaro e na operação Lava Jato, o peso do Estado na manutenção desse status quo e a importância de se mexer na distribuição das heranças para a construção de uma sociedade mais justa. Professor titular e decano do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Paraná, Ricardo possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Urbano na University College of London e doutorado em Ciências Sociais pela Unicamp. Ele exerceu por quatro vezes a chefia do Departamento de Ciências Sociais e foi coordenador do curso de Ciências Sociais da Federal do Paraná, vice-presidente da Associação dos Professores da UFPR, conselheiro da Fundação Araucária do Paraná e coordenador de Ciência e Tecnologia do Paraná. Atualmente é coordenador do Núcleo de Estudos Paranaenses e do Grupo de Trabalho: Família, Instituições e Poder no 18º Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia.
*Trilha: As Meninas, “Xibom bombom” (Rogério Gaspar e Wesley Rangel); e Chico Buarque, “Pedro pedreiro”.