A maioria dos conselheiros do Athletico seguiu, mais uma vez, a vontade de Mario Celso Petraglia. Como previsto, a votação do Conselho Deliberativo vetou o retorno da torcida à Arena da Baixada até o fim de 2021. Após mais de três horas na reunião, chegou-se a 66 votos protegendo o homem-forte. Outros 48, que representaram o torcedor, foram derrotados.
Petraglia já tinha adiantado a própria vontade em entrevista aos veículos de comunicação. Em resposta ao repórter Pedro Melo, o mandatário rubro-negro disse que o clube não jogaria "pondo em risco a saúde dos sócios".
O que é irônico é que a autoridade sanitária de Petraglia é a mesma que a minha: nenhuma. A Secretaria Municipal de Saúde autorizou a presença de público, com capacidade reduzida, para Athletico, Coritiba e Paraná Clube. A pandemia não acabou, mas vem diminuindo a ponto de existir a liberação (respeitando os devidos protocolos).
Vale lembrar, entretanto, que Petraglia não faz questão nenhuma pelo torcedor. Não precisamos nos esforçar para lembrarmos do episódio no ano passado.
"Torcida? O que além de encherem o saco fizeram? Nada! Não me façam me arrepender pelo que fiz para esse time de bairro que em 70 anos treinava na praça na frente da belíssima baixada", retrucou ele a uma cobrança no Twitter.
A grande verdade é que Petraglia não reclamaria se o Athletico fosse o Bragantino, com menos torcedores. Também não ficaria desconfortável em alongar o período sem o torcedor, mesmo com o time na fase final da Copa do Brasil.
O problema é que o futebol é feito para e pela torcida. Existem clubes que não têm esse objetivo, mas esse não é o caso do Furacão mesmo que Petraglia insista nessa briga.
Resta ver alguns rubro-negros entrando na Justiça para tentar ir ao estádio.