PolĂ­tica CPI da Pandemia

Alessandro Vieira aponta irregularidade em contratos do FIB Bank com a Saúde

Por Congresso em Foco

25/08/2021 às 20:48:36 - Atualizado hĂĄ

A CPI da Covid ouviu nesta quarta-feira (25) o diretor do FIB Bank Garantias S.A, Roberto Pereira Ramos Junior. Embora não seja um banco, mas uma empresa, diferentemente do que sugere o nome, o FIB Bank foi usado pela Precisa Medicamentos para oferecer uma carta de fiança para a compra da vacina chinesa Covaxin.

Durante o depoimento, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou dados relacionados ao contrato do Ministério da SaĂșde com o FIB Bank. Segundo ele, a empresa é "desconhecida" e, por isso, não poderia dar aval a um negócio de R$ 1,6 bilhão, diante das vĂĄrias possĂ­veis ilegalidades em sua constituição e operação. O contrato citado por Vieira diz respeito à aquisição de preservativos femininos intermediada pelo FIB Bank com o Ministério da SaĂșde.

"Não é possĂ­vel que uma empresa como o FIB Bank, com credibilidade mĂ­nima, uma empresa de garantias fajutas, tenha acesso ao Ministério da SaĂșde sem ter alguém que abra as portas. Nada disso acontece sem um empurrão de polĂ­ticos", disse.

O senador questionou o contrato de preservativos, de R$ 31 milhões, com garantia de R$ 785 mil e uma margem de lucro de R$ 20 mil. Alessandro perguntou se o depoente ia querer garantir que a empresa dele movimentasse R$ 7,5 bilhões para ter um lucro pequeno. "É uma empresa de garantias fajutas", afirmou. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), classificou o depoimento de "escabroso" por causa das contradições identificadas por ele nas declarações do diretor da empresa.

Alessandro Vieira apontou a ligação do depoente com o lĂ­der do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). De acordo com Alessandro Vieira, a corrupção se dĂĄ, na maioria das vezes, de forma "oculta e dissimulada".

Roberto negou que tenha se valido da influĂȘncia de Barros, mas admitiu ser amigo do advogado e empresĂĄrio Marcos Tolentino. O advogado é amigo de Barros e chegou a acompanhĂĄ-lo quando o deputado prestou depoimento à CPI, no Ășltimo dia 12.

"É preciso investigar profundamente esse cidadão, que tem envolvimento com coisa errada pelo menos desde a década de 80. E também o amigo que o acompanhou no Senado. Um é Ricardo Barros, o outro Marcos Tolentino. Figuras que estão aĂ­ envolvidas em rolos", disse o senador.

A CPI da Covid deve ouvir Marcos Tolentino na próxima quarta, dia 1Âș de setembro.

Ligação com ministério

No contrato de aquisição, a empresa aparecia como garantidor de R$ 80,7 milhões do contrato para a compra da vacina indiana Covaxin, com intermédio da farmacĂȘutica Precisa Medicamentos junto ao Ministério da SaĂșde. A carta de fiança da empresas fazia parte do documento de aquisição do imunizante, que previa 20 milhões de doses negociadas a R$ 1,6 bilhão.

O documento previa a obrigação de uma garantia no valor de 5% do total contratado. Após denĂșncias de irregularidades no processo expostos pela CPI, a compra foi cancelada pelo ministério, antes de ser paga.

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