Educação Apologia ao nazismo

Professora de escola militar do Paraná propõe trabalho que exalta nazismo

Alunos entrevistaram filha de um nazista e alunos usavam boné com suástica durante apresentação

Por Aline Reis

09/10/2023 às 13:21:39 - Atualizado há
Estudantes fazem trabalho escolar sobre o nazismo | Foto: reprodução redes sociais

A Secretaria de Educação do Paraná (Seed) instaurou procedimento para "averiguação urgente" sobre um caso de apologia ao nazismo no Colégio Estadual Marquês de Caravelas, em Arapongas, região norte do Estado. Uma professora de história propôs um trabalho aos alunos no qual o regime nazista era exaltado.

A atividade foi elaborada por uma professora bolsonarista, identificada como Ana Paula Giocondo, e aplicada aos alunos do 3º ano do Ensino Médio da escola cívico-militar. Os estudantes entrevistaram a filha de um soldado nazista que saiu do Brasil para lutar a favor de Hitler durante a segunda guerra.


Nas redes sociais da escola classificou o relato da entrevistada como "uma belíssima e forte experiência para esses alunos e certamente irá tocar o coração de todos".


Além disso, os alunos também levaram símbolos nazistas para sala de aula e um dos estudantes aparece com um boné com a suástica.


Reação

Neste domingo (08) a postagem começou a viralizar nas redes sociais. O perfil do Núcleo Regional de Educação de Apucarana curtiu o post, além de outras dezenas de pessoas.


A oposição ao governo Ratinho Jr. (PSD) cobrou providências. "Exigimos uma resposta contundente", disse, por meio do Instagram, a deputada federal Carol Dartora (PT).


"O governador Ratinho Jr. e a Secretaria de Educação do Paraná precisam se posicionar com rigor", criticou a deputada estadual Ana Júlia (PT).


A APP-Sindicato classificou o ato como "apito de cachorro". "A apologia ao nazismo disfarçada de mera representação é uma tática bem documentada e reconhecida (…) A naturalização de tal absurdo serve de estímulo à sua reprodução em outras escolas e setores sociais", de acordo com o sindicato.


Depois da repercussão o post foi deletado do perfil do Colégio.


Em nota, a Seed disse que o trabalho "propôs a reflexão sobre a Segunda Guerra Mundial e suas trágicas consequências" e que "Desde já, a Seed-PR reforça que a apologia a quaisquer doutrinas, partidos, ideologias e demais referências ao nazismo são veementemente intolerados em qualquer escola da rede estadual".


A reportagem questionou sobre o afastamento da professora, que não foi confirmado. A pasta afirmou apenas que "voltará a se manifestar assim que o levantamento for concluído".

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