PolĂ­cia Direitos Humanos

Câmara aprova projeto que determina proteção imediata à mulher que denuncia violência

Por Agência Câmara

22/03/2023 às 03:33:15 - Atualizado hĂĄ
Sessão para a votação de propostas legislativasDeputada Maria do RosĂĄrio preside a sessão do PlenĂĄrio


A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (21) projeto de lei que determina a concessão sumĂĄria de medidas protetivas de urgĂȘncia às mulheres a partir da denĂșncia a qualquer autoridade policial ou a partir de alegações escritas. A proposta serĂĄ enviada à sanção presidencial.

O Projeto de Lei 1604/22, do Senado, altera a Lei Maria da Penha. De acordo com emendas aprovadas da relatora, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), as medidas protetivas poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela autoridade de inexistĂȘncia de risco à integridade fĂ­sica, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.

Autora do projeto, a ex-senadora e atual ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o objetivo é evitar interpretações diversas de juĂ­zes ou policiais, que se valem de supostas brechas para não conceder a proteção, deixando de aplicar a lei.

Tipificação penal
Outro trecho que serĂĄ acrescentado à lei diz que essas medidas serão concedidas independentemente da tipificação penal da violĂȘncia, do ajuizamento de ação penal ou cĂ­vel, da existĂȘncia de inquérito policial ou do registro de boletim de ocorrĂȘncia.

As medidas protetivas deverão vigorar enquanto persistir risco à integridade fĂ­sica, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.

Todas as situações
O projeto que irĂĄ à sanção também inclui novo artigo na Lei Maria da Penha especificando que ela se aplica a todas as situações de violĂȘncia doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da causa ou da motivação desses atos ou da condição do ofensor ou da ofendida.

Uma das emendas de redação aprovadas, entretanto, retirou do texto dispositivo que considerava violĂȘncia baseada no gĂȘnero toda situação de violĂȘncia doméstica e familiar contra a mulher.

A relatora justificou a retirada com o argumento de que era redundante. Segundo Jandira Feghali, apesar de a lei estar fundada nos princĂ­pios da prevenção, proteção e punição, o que se vĂȘ "é que tais princĂ­pios tĂȘm sido sistematicamente aniquilados por uma interpretação judicial restritiva que não aplica a lei a casos em que hĂĄ conflitos colaterais, disputas em relação à guarda dos filhos, violĂȘncia de irmão contra irmã, de neto contra avó, em conflitos patrimoniais e até em casos em que o agressor estava alcoolizado ou sob efeito de drogas".

O parecer de Feghali foi lido em PlenĂĄrio pela deputada Luisa Canziani (PSD-PR).

Debate
A deputada Soraya Santos (PL-RJ) destacou que "foi uma luta muito grande para o JudiciĂĄrio e o Ministério PĂșblico entenderem que nem os policiais nem os delegados estariam invadindo competĂȘncia", referindo-se à primeira mudança na lei sobre medidas urgentes, como afastamento do agressor. "E agora essa preocupação veio novamente à tona e nós conseguimos consenso em todos os partidos", afirmou.

A deputada Delegada Ione (Avante-MG) ressaltou que a intenção do projeto é acelerar a concessão de proteção à mulher. "O que vinha acontecendo? Muitas vezes, as medidas protetivas eram indeferidas ou demoravam a ser concedidas. E, agora, não vai haver um julgamento. Não hĂĄ que ser questionado se houve violĂȘncia ou não, não hĂĄ que ser questionado sobre tipificação penal ou não, e isso é muito importante", afirmou.

JĂĄ o deputado Abilio Brunini (PL-MT) lamentou a inoperância que pode ocorrer atualmente na delegacia. "Eu fico muito preocupado quando uma mulher vai a uma delegacia, faz um boletim de ocorrĂȘncia e nada acontece. Volta para casa e convive com aquela pessoa que lhe agride, às vezes não só fĂ­sica, mas moralmente", disse.

Para o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), "quando se trata de proteção da mulher, tudo o mais que esta Casa fizer temos de dar apoio". "A mulher precisa ser acolhida, valorizada e respeitada e, se não respeitam por não terem amor próprio, é preciso haver a lei para impor o respeito", declarou.

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