Política Prisão de Milton Ribeiro

Planalto teme desgaste eleitoral com prisão de Milton Ribeiro e avanço nas investigações de gabinete paralelo no MEC

Por Gerson Camarotti

23/06/2022 às 14:22:48 - Atualizado há
Milton Ribeiro VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

Interlocutores próximos do presidente Jair Bolsonaro demonstraram preocupação com o desgaste eleitoral da operação da Polícia Federal deflagrada na manhã de ontem que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores aliados. Ele é investigado por um esquema que ficou conhecido como "gabinete paralelo" para liberação de verbas do MEC em troca de propina.

Aliados temem que os mandados de prisão de Milton Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura podem colocar Bolsonaro na defensiva. Isso porque o presidente vinha tentando emplacar um discurso de que não havia corrupção no seu governo.

Quando o escândalo veio à tona, toda a estratégia foi forçar a queda de Milton Ribeiro, para tentar blindar Bolsonaro do desgaste. Principalmente depois que o jornal "Folha de S.Paulo" divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido do presidente da República, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.

Quando o escândalo estourou, em março, Bolsonaro chegou a afirmar que colocava "a cara no fogo" pelo então ministro da Educação. A afirmação foi vista como uma espécie de "saída honrosa" para Ribeiro pedir demissão.

Mas, na sequência, foi revelado que desde o primeiro ano do governo Bolsonaro, os pastores Arilton e Gilmar frequentavam o Palácio do Planalto antes mesmo da chegada de Milton Ribeiro ao MEC. Isso evidenciou que os pastores já tinham influência no núcleo do governo.

Surpreendeu integrantes do governo que foi decretada prisão preventiva (sem duração estipulada) de Milton Ribeiro, e não prisão provisória. O temor no governo é do que o ex-ministro e os pastores possam falar ao longo das investigações e que isso desgaste ainda mais o governo.

A PF investiga Ribeiro por suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do ministério. Há suspeita de cobrança de propina.

O inquérito foi aberto após o jornal "O Estado de S. Paulo" revelar, em março, a existência de um "gabinete paralelo" dentro do MEC controlado pelos pastores.

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