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Tragédia no RS: baixa adesão ao teste do pezinho preocupa profissionais da saúde

As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul não apenas deixaram um rastro de destruição pelo Estado, mas também geraram preocupações com os recém-nascidos durante a calamidade pública.

Por Da Redação

17/05/2024 às 12:19:27 - Atualizado há

As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul não apenas deixaram um rastro de destruição pelo Estado, mas também geraram preocupações com os recém-nascidos durante a calamidade pública. Enquanto adultos lutam para lidar com a perda de residências, negócios e entes queridos, os primeiros dias de vida dos bebês também requerem atenção. No terceiro ao quinto dia de vida do recém-nascido, é indicado efetuar o teste do pezinho, que detecta seis tipos de doença. São elas: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme (hemoglobinopatias), fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita (HAC) e deficiência de biotinidase. Para abordar o assunto, a Jovem Pan entrevistou a dra. Cristiane Kopacek, endocrinologista pediátrica do Serviço de Referência em Triagem Neonatal (Teste do Pezinho) do Rio Grande do Sul. Apesar das dificuldades, a endocrinologista indica os responsáveis procurem as unidades de saúde o mais rápido possível, onde esteja sendo feita a coleta do exame e cobre o envido das amostras e, posteriormente, o resultado.

Caso o resultado der alguma alteração, atente-se: “Todos os resultados alterados geram uma busca ativa do serviço de referência e o início do tratamento não deve ser postergado. Esse deve ser o caminho para todas as doenças: Hiperplasia Adrenal Congênita (risco de morte por perda de sal e desidratação); Fenilcetonuria (necessidade de alimentação isenta do aminoácido fenilalanina – que ao se acumular no cérebro também causa retardo mental); Fibrose Cística (infecções pulmonares graves e de repetição e dificuldade de digestão de nutrientes); Anemia Falciforme (forma grave de anemia que predispõe a infecções); Deficiência de Biotinidase (dificuldade de metabolização de vitamina do complexo b, que também gera dano neurológico e cutâneo); Toxoplasmose Congênita (dano cerebral e ocular irreversível)”.

Moradias e comércios ficaram completamente alagados, o que não foi diferente nas unidades de saúde que sofreram até com a falta de água. Ao menos 269 hospitais e outros estabelecimentos de saúde foram afetados no Rio Grande do Sul. Desse total, cerca de 200 tiveram os prédios danificados. Também há perdas em mais de quatro mil equipamentos e mais de 5.000 insumos. Se não for possível efetuar o teste conforme a indicação médica, após as primeiras 48 horas de vida, devido às dificuldades causas pelas enchentes, a dra. Cristiane Kopacek alerta. “Caso o bebê não tenha coletado o teste do pezinho, deve ser feita a coleta com máxima brevidade, ainda antes dos 30 dias de vida. O atraso nos diagnósticos pode causar possíveis danos graves no desenvolvimento físico e mental das crianças e, no caso da hiperplasia adrenal congênita, levar a óbito”. Além disso, a endocrinologista acrescenta: “Atentar-se para sintomas que possam sugerir as condições das doenças, dentre eles: dificuldades de mamar, sonolência excessiva, choro fraco e baixo ganho de peso. Em caso de sinais de desidratação e/ou demais sinais de gravidade, encaminhar para atendimento emergencial e solicitar dosagem de sódio e potássio”.

Nos abrigos, caso um recém-nascido não tenha feito o teste, a recomendação é procurar o serviço de Triagem Neonatal do Rio Grande do Sul. O contato de urgência com a equipe médica pode ser via WhatsApp ou pelo telefone, em horário comercial: 51- 3289 3048. As fortes chuvas que atingiram o Estado gaúcho causaram ao menos 154 mortes, de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil nesta sexta-feira (17).

 

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Fonte: Jovem Pan
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