Parlamentar russo sugere sequestro de ministro da Defesa de país da Otan na Ucrânia

Durante entrevista à mídia estatal russa nesta segunda-feira (30), Oleg Morozov, deputado da câmara baixa do parlamento russo (Duma), sugeriu sequestrar um ministro da Defesa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Ucrânia. A ideia do parlamentar seria levar a autoridade até Moscou para submetê-la a questionamentos sobre quais seriam as “ordens” que Kiev recebe do Ocidente, segundo reportagem da agência Reuters.

Membro do principal partido aliado a Vladimir Putin, o Rússia Unida, Morozov disse durante debate no canal Rossiya-1 que o envio de armas ocidentais à Ucrânia representa uma ameaça direta à Federação Russa. Como resposta, ele propõe que Moscou reavalie seus objetivos militares.

“Sabe, talvez seja uma trama fantástica que estou preparando… que em um futuro próximo, em algum momento, um ministro da guerra de algum país da Otan irá de trem para Kiev para conversar com Zelensky. Mas ele não chegaria lá. E acordaria em algum lugar de Moscou”, disse o político ao programa de entrevistas "60 Minutos".

Diante da fala do deputado, a apresentadora do jornalístico, Olga Skabeyeva, ferrenha jornalista pró-Kremlin, perguntou esboçando um sorriso: “Você quer dizer que nós o sequestraríamos?”. Morozov foi claro em sua resposta.

“Sim. E então apuramos quem deu qual ordem para o quê, quem é responsável por quê exatamente”, disse Morozov. “Há novas regras no mundo agora. Que todos aqueles ministros da guerra reunidos em Kiev pensem um pouco sobre como seria acordar em Moscou”, completou.

Desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, diversos políticos ocidentais pisaram em Kiev para demonstrar solidariedade ao país. Entre eles um encontro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky com uma delegação norte-americana, encabeçada pelo secretário de Estado Antony Blinken e o secretário de Defesa Lloyd Austin. O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, também esteve no país.

A Rússia contesta fornecimento de armas pelos Estados Unidos à Ucrânia. Tais medidas têm incomodado Moscou, que contesta a posição de Washington e diz que ela contribui para ampliar o tempo de duração da guerra.