Saúde Guarapuava

Após morte de bebê que aguardava vaga em hospital, moradores fazem protesto na Câmara de Guarapuava pedindo mais pediatras na rede pública

Cidade possui 182 mil habitantes e tem somente quatro pediatras para atender a população, sendo três que atendem nas UBSs com agendamento e um que atende todos os dias, das 7h às 13h, em uma UPA.

Por RPC Guarapuava

09/05/2022 às 17:43:56 - Atualizado há

Moradores fizeram um protesto na Câmara Municipal de Guarapuava, na região central do Paraná, na terça-feira (3), pedindo por mais pediatras nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e também por mais vagas de leitos em hospitais da cidade.

O manifesto foi realizado após uma bebê, de um ano, morrer aguardando em uma UPA por uma vaga em um hospital. A morte de Sofia Emanuele Capote dos Santos ocorreu em 20 de abril.

De acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2020, Guarapuava possui 182 mil habitantes.

Atualmente, a cidade tem somente quatro pediatras para atender a população, sendo três que atendem nas UBSs com agendamento e um que atende todos os dias, das 7h às 13h, em uma UPA.

Os moradores afirmam estar preocupados com a falta de profissionais. Além disso, eles requerem um atendimento mais humanizado nas UBSs.

"Hoje, as crianças estão sendo atendidas por clínicos gerais. Temos na cidade a Clínica da Mulher, nós precisávamos ter uma clínica ou um espaço na Clínica da Mulher especializado para as crianças, onde elas vão ter a devida assistência. E nas UPAs também precisamos ter, sim, pediatra para atender as crianças", disse o manifestante Cesar Augusto Siqueira.

O que diz a prefeitura

Conforme a Prefeitura de Guarapuava, as UPAs da cidade seguem o Protocolo de Manchester - que regula o atendimento conforme a gravidade do paciente.

"Aquelas crianças que não tiveram o impacto da Covid estão tendo agora o impacto dessas viroses, vírus da gripe, etc, aumento a contingência de atendimento e isso reflete no sistema, que fica sobrecarregado. O hospital tem encontrado dificuldade em disponibilização de leitos, mas é claro que a responsabilização pelos leitos hospitalares é do ente contratado que é o hospital e do Estado. Estamos tendo dificuldades? Estamos. Tem pacientes permanecendo de dois a três dias em UPAs. Ressalto que esses pacientes não ficam desassistidos e, logicamente, podem ocorrer algumas complicações durante esse trajeto", afirmou Jonilson Pires, secretário municipal de Saúde.

Pires disse ainda que o ideal para atender todas as crianças da cidade é de que tivessem 33 pediatras, um para cada UBS.

A prefeitura informou que a dificuldade também é em relação aos chamamentos públicos que são realizados, mas os médicos chamados acabam não assumindo porque outros municípios oferecem salários melhores. O município disse que utiliza o valor praticado no mercado para oferecer aos médicos.

O que diz a Sesa

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirmou que a estrutura de leitos é contemplada pela regulação estadual, o que permite a inclusão de qualquer pedido por vaga ou transferência em todas as regiões do Paraná.

"Neste caso de Guarapuava [da morte da bebê], não houve pedido de leito de UTI, sendo apenas solicitada a disponibilidade de leito clínico (enfermaria), às 18h59 do dia 18 de abril. Os dois hospitais de referência em pediatria do município informaram que não tinham vaga, e o sistema continuou buscando, e até o dia 19 de abril, às 8h51, o pedido de transferência foi cancelado por óbito".

Além disso, segundo a Sesa, a Central de Regulação de Leitos na abrangência da Região de Guarapuava pertence à Macrorregião Leste. Mesmo que não houvesse qualquer disponibilidade de leitos, a busca por vaga em outros hospitais fora do município também poderia ser feita, desde que solicitada, conforme a gravidade do caso e informada pelo primeiro atendimento.

"Este é o procedimento padrão, no momento de avaliação, ou da chamada 'vaga zero', quando o serviço entra em contato diretamente com o Samu e o paciente é transferido imediatamente em casos graves e risco de morte".

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