Geral mulheres

A participação feminina foi ampliada em um dos maiores eventos tech do mundo a SXSW

Por Da Redação

22/04/2022 às 18:58:16 - Atualizado há

Chamada de South By Southwest (SXSW), esta conferência é realizada em Austin (Texas) e tem sido considerada por muitos especialistas como um dos maiores eventos de tecnologia, inovação, economia criativa e cultura do mundo.

Em 2022, o evento foi realizado em formato híbrido, com a possibilidade de acompanhar as diversas palestras, shows, workshops, exibições de filmes e documentários de forma presencial ou online. A diversidade de temas e palestrantes foi realmente impressionante; pude acompanhar debates sobre uso de dados, tecnologia aplicada à transição energética, mudança climática, metaverso, os infinitos usos da inteligência artificial e também sobre as possibilidades de utilizar o foresight como estratégia para antecipação de possíveis futuros.

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Foi um verdadeiro mergulho inspiracional que trouxe muitas ideias sobre o ecossistema tech e de inovação. E de forma muito positiva, não pude deixar de notar a ampliação da participação feminina na edição de 2022. Apesar dos inúmeros desafios de ser mulher no mercado da tecnologia, em passos lentos, mas constantes, vemos o número de participantes, painelistas e palestrantes keynotes aumentando nos espaços estratégicos do ecossistema de inovação e tecnologia. E isso também aconteceu nesta edição do South By Southwest, com iniciativas voltadas ao público feminino, como por exemplo a Celsius, plataforma de serviços financeiros, que aproveitou a ocasião para realizar seu primeiro hackathon feminino.

A abertura do evento foi um grande marco simbólico por garantir que uma mulher daria início às atividades da SXSW 2022. Quem teve esse célebre papel foi Priya Parker, especialista em resolução de conflitos, autora do livro "The Art of Gathering: How We Meet and Why It Matters" e mestre na arte dos encontros. Sua fala inicial foi um convite, nos chamando para construir um novo sentido para este mundo em crise e caótico que vivemos, e para que possamos entender, prontamente, qual é o nosso papel nesta transformação.

A presença de grandes mulheres foi uma das marcas ao longo dos 10 dias de programação. Um dos destaques, sem dúvida, foi a palestra de Amy Webb, uma das principais futuristas da atualidade. Webb é CEO do Future Today Institute, organização que há 15 anos organiza e publica o Tech Trends Report, relatório que, em 2022, apresentou aproximadamente 600 tendências de tecnologia e inovação em 14 diferentes áreas —de criptomoedas a segurança pública. Vale a pena conferir a apresentação da Amy na íntegra e difundir os seus conceitos e reflexões —você pode acessá-la aqui.

Outros importantes nomes femininos se destacaram no evento, como: a jornalista Maria Ressa, co-founder do Rappler e primeira filipina a receber o Prêmio Nobel da Paz, em 2021, por sua luta pela liberdade de expressão em seu país; Renée Richardson Gosline, uma das principais pesquisadoras em Customer Experience, e no estudo das implicações da IA no viés cognitivo nas tomadas de decisões humanas; e destaque também para a participação da cientista de dados e whistleblower Frances Haugen, ex-funcionária da Meta, responsável por denunciar recentemente o Facebook pela forma danosa que atua em relação aos temas de privacidade e segurança dos usuários.

A participação brasileira no festival também contou com diversas mulheres. Estiveram por lá Vanessa Mathias e Luciana Bazanella cofundadoras da White Rabbit; Catarina Papa cofundadora da Rito, Simone Klias com sessões de mentoria em voice tech, Wal Flor da Flow.ers, e Patrícia Ellen, que atuou como Secretária do Desenvolvimento Social e Econômico do Estado de São Paulo, são alguns dos nomes de mulheres brasileiras inspiradoras. Uma ênfase especial para a Mimo Live Sale, a única do segmento de Live Commerce e a única startup brasileira no Creative Expo da SXSW 2022.

Devemos celebrar e exaltar cada participação feminina em um evento de tanta relevância como a South By Southwest. Afinal, a desigualdade de gênero está profundamente presente no ecossistema de inovação e tecnologia. Um levantamento feito por Distrito, B2mamy e Endeavor mostra que, no Brasil, apenas 4,7% das startups brasileiras são fundadas exclusivamente por mulheres e somente 0,04% do volume investido em startups, em 2020, foi para aquelas lideradas por mulheres. Somos também minorias em cargos de C-level, de acordo com a nova edição da pesquisa “Women in the boardroom”, realizada pela Deloitte, com apenas 1,2% das mulheres ocupando cargos de CEO no Brasil. Esses dados ficam ainda mais desiguais quando interseccionados com o recorte racial e regional.

Ainda estamos muito longe do ideal, é fato, mas acredito na importância de reconhecermos e celebrarmos os avanços. As vitórias simbólicas reacendem minha esperança de que no futuro, as mulheres alcançarão voos cada vez mais altos e a desigualdade de gênero existirá somente com um triste dado do passado.

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Fonte: Olhar Digital
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Jornalista Luciana Pombo

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