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Família de jovem morto pela PM, em Curitiba, diz que vai pedir exumação do corpo

Por Da Redação

12/03/2022 às 17:48:28 - Atualizado há
Família quer comprovar ausência de confronto armado, alegada pela polícia após a morte de Alisson França. Mãe do jovem acredita que ele foi executado. Moradores protestam contra morte de jovem na Vila Torres em Curitiba

A família do motoboy Alisson Vinícios França, de 25 anos, morto em Curitiba por policiais militares, disse que vai pedir a exumação do corpo. O objetivo deles é tentar comprovar que o corpo do jovem não possuí resíduo de pólvora nas mãos, confrontando a versão da polícia de que ele teria atirado em policiais.

Jovem morto por policiais em Curitiba tinha denunciado perseguição, diz advogado

Neste sábado (12), familiares e amigos realizaram um segundo protesto pedindo justiça por Alisson, morto na segunda-feira (7), na Vila Torres, bairro Prado Velho. O primeiro ato foi feito no dia da morte e terminou com um ônibus incendiado.

Segundo protesto pela morte de Alisson

Wilson Kirsche/RPC

A mãe de Alisson, Simone Ferreira Machado, disse neste sábado (12) que o jovem estava desarmado quando foi, segundo ela, executado por policiais militares. Leia abaixo a versão da Polícia Militar, que investiga o caso internamente.

“Pelo fato da gente já ter feito a denúncia, né, ele por medo ele correu para dentro da casa da vó. Mas quando eles vieram, já vieram na intenção, porque eles não mataram meu filho, eles executaram. Ali foi uma execução”.

A denúncia que Simone se refere foi feita pelo próprio Alisson na Corregedoria da Polícia Militar, em dezembro de 2021.

Simone, mãe de Alisson

Wilson Kirsche/RPC

Na época, ele alegava perseguição policial, após descobrir que estava sendo procurado por PMs na vila. Segundo a defesa da família, Alisson era procurado porque PMs suspeitavam que ele tinha participado de um tiroteio, que terminou com um policial atingido.

Depoimento na Corregedoria

PM disse que Alisson França reagiu, armado, a uma abordagem

Divulgação/RPC

Segundo a defesa, após fazer a denúncia, Alisson prestou depoimento na Corregedoria em 8 de fevereiro, um mês antes de ser morto.

O jovem tinha passagens pela polícia por violência doméstica e posse de drogas para consumo próprio.

O que diz a PM

Em nota, a Polícia Militar confirmou que Alisson formalizou uma reclamação na ouvidoria da instituição.

A PM também informou que, ao ser questionado, o jovem afirmou que não recebeu nenhuma ameaça direta de policiais, e que relatou que outras pessoas disseram a ele que policiais o procuravam no bairro.

O caso

Segundo a PM, policiais faziam o patrulhamento da região, na Vila Torres, quando viu um grupo fugir após perceberem a presença dos oficiais. Alisson estava no grupo.

Também segundo a corporação, Alisson invadiu uma casa e, quando pulou uma janela, a polícia percebeu que ele estava armado. O jovem, segundo a PM, atirou contra os policiais, que revidaram. Ele morreu no local.

A PM disse, ainda, que na casa onde Alisson entrou foi encontrada “certa quantia de maconha e cocaína embaladas para a venda, faca para fracionamento da droga, balança de precisão e um revólver”.

Investigação

Na terça (8), a PM abriu inquérito para apurar o caso.

Os policiais envolvidos na abordagem foram afastados para acompanhamento psicológico, procedimento padrão e obrigatório em casos de confronto. O afastamento se dá durante a investigação militar.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), disse que está acompanhando a investigação do caso.

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