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Entenda o que é o sistema Swift e veja situações em que ele foi usado como arma de guerra

Por Da Redação

01/03/2022 às 19:59:23 - Atualizado há

A Rússia foi excluída do sistema Swift como forma de represália dos Estados Unidos e da União Europeia, após a invasão russa ao território ucraniano. A Sociedade de Telecomunicações Financeiras Mundial (Swift) concentra cerca de 70% das transações bancárias globais e já foi usado em outras ocasiões para sancionar países em meio a uma situação de guerra.

Criado em Bruxelas, em 1973, o sistema conecta 11 mil bancos e instituições financeiras em mais de 200 países. Na prática, é uma plataforma que permite aos bancos informarem sobre as transferências em tempo real. Em média, são 42 milhões de mensagens enviadas diariamente. O desligamento da Rússia, no entanto, não é imediato, mas representa uma série de dificuldades para que o país importe e exporte seus produtos.

A presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que "o mundo está mais determinado do que nunca a isolar a Rússia economicamente". Os países também decidiram restringir as possibilidades de o Banco Central vincular a taxa de câmbio do rublo, a moeda russa, às transações financeiras internacionais.

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Decisões anteriores

Considerado por alguns analistas como uma "arma nuclear financeira", essa não foi a primeira vez em que o Swift foi usado como arma de guerra. Em 2012, Estados Unidos e União Europeia também decidiram penalizar o Irã, excluindo todos os bancos iranianos do sistema. A decisão resultou na queda de 30% das exportações do país persa.

Embora Cuba e Venezuela não tenham sido excluídas do Swift, boa parte das sanções que conformam o bloqueio econômico contra os dois países dificulta as transações comerciais no sistema financeiro, obrigando os governos a triangular as compras vinculadas ao Estado.

Em 2014, quando a Crimeia decidiu, em referendo popular, anexar-se à Rússia, a Casa Branca já havia ameaçado excluir os bancos russos do sistema, mas acabou optando por outras sanções econômicas, que aceleraram o processo de desdolarização das reservas russas. No mesmo ano, Moscou passou a desenvolver o Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS), uma versão russa que pudesse substituir o Swift.

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SPFS: o sistema russo de transferências financeiras

De acordo com o governo russo, o SPFS possui 23 bancos estrangeiros associados de países como Belarus, Alemanha Suíça e Cazaquistão.

Em julho de 2021, a Rússia já havia eliminado a moeda estadunidense do Fundo Nacional de Investimento (NWF, na siglas em inglês). Até essa data, cerca de 35% das reservas internacionais do país estavam armazenadas em dólar. Com a mudança, o Ministério de Finanças russo priorizou o euro, que representa 39% das reservas; e o yuan chinês, com 30,4%.

As reservas internacionais russas são de US$ 630 bilhões (cerca de R$ 3,4 trilhões). A presidenta do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, assegurou que, apesar da exclusão do Swift, todos os fundos dos bancos russos estão assegurados.

Após sofrer uma variação de 10% no valor da moeda nacional – o rublo –, o BC russo também decidiu subir a taxa básica de juros para 20%.

Outros sistema pelo mundo

Além da Rússia, em 2015, a Índia lançou o Sistema Estrutural de Mensagens Financeiras (SFMS). Por sua vez, a China criou o Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços (CIPS), que processa mais de US$ 20 bilhões por dia e vem crescendo de forma acelerada.

Na América Latina, a proposta da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba-TCP) era criar o Sistema Único de Compensação Regional de Pagamentos (Sucre), que interligasse as economias regionais. No entanto, a proposta não saiu do papel.

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