Polícia "Família Errejota"

Quadrilha de blogueira debochava em grupo de aplicativo:

Por Isto É

28/02/2022 às 09:48:23 - Atualizado há

Sob o comando de Alexandre Navarro Júnior, conhecido por Juninho, de 28 anos, os integrantes do grupo em aplicativo de mensagens "Família Errejota" tinha o hábito de debochar das vítimas dos golpes, além de esquematizar novos alvos. A quadrilha orquestrava tudo de um apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Globo.

O grupo de Whatsapp foi um dos principais meios investigados pela Polícia Civil de Santa Catarina, estado com maior incidência de golpes da quadrilha.

Em um dos diálogos, Gabriel Paiva Silva Barros, comparsa responsável por coletar os cartões das vítimas, compartilha uma foto de no mínimo 20 cartões armazenados. Na sequência, Juninho escreve: "Boa foto para guardar de recordação na cadeia, condenado por três anos". "Que horror", responde uma das jovens que atuava como telefonista.

Como funcionava o golpe?

Composto por cinco ou seis telefonistas, a quadrilha conseguia enganar dezenas de vítimas por dia. O primeiro passo era se identificar como supostos funcionários de instituições bancárias. Nesse sentido, os golpistas pediam uma série de informações para as vítimas, inclusive a senha do cartão. Além disso, outro membro do bando continuava o "atendimento" para que a pessoa lesada não suspeitasse.

A partir dessa fase, os golpistas pediam aos clientes que quebrassem o cartão de crédito, mas sem danificar o chip. Dessa forma, eles diziam que um funcionário buscaria o cartão descartado. Gabriel era o responsável por retirar os cartões e utilizava crachás falsos, além de estar sempre bem vestido.

Comunicação da quadrilha

A organização do grupo era tamanha que constantemente o perfil das vítimas em cada região era analisado se valia ou não a pena. Em um dos diálogos, uma mulher questiona:

"O que estão achando das listas, das penas, de retorno, de tudo? O Juninho está cogitando mudar de cidade se Curitiba continuar não rendendo. Porque a lista de pobre foi ruim, e a de rico também está", diz ela.

"Péssimo, horrível", responde um comparsa.

Outra comparsa complementa: "As ricas de Curitiba são piores do que as ricas do RJ. Eu consegui falar com três até agora. Duas foram pra gerente e eu nem cheguei a falar metade do script. O terceiro ainda ouviu tudinho e disse que iria ligar, mas não ligou, e a linha não segura mais de dez segundos".

Os integrantes da quadrilha chegam a ficar indignados quando são desmascarados com a ajuda de um verdadeiro funcionário de instituição bancária.

"Desliguei, estava tramando com o gerente. Ele mandou um áudio pra ele falando que era golpe e que já fazia uns dias que estávamos atacando a região", reclama uma das telefonistas.

"Hoje o "fdp" do meu estava fazendo a mesma coisa", rebate outra. "Dá um ódio", finaliza a primeira.

Juninho foragido

Noiva de Alexandre, Rayane da Silva Figliuzzi, de 24 anos, teve acesso ao direito à prisão domiciliar, pois ela tinha acabado de dar à luz ao filho do casal. Além dela, outras integrantes também tiveram o benefício concedido: Maiara Alves Teixeira, Isabela de Oliveira Dolores, Joyce Kelen Farias da Silva e Yasmin Navarro, irmã de Juninho e também blogueira. A influencer teve a prisão decretada em novembro do ano passado.

Reprodução

Até o momento, Juninho segue como foragido, assim como Henrique, membro da quadrilha pelo qual a polícia conseguiu chegar até os outros causados.

"Esse grupo foi denunciado não só pelo crime de estelionato, mas também pelo de organização criminosa. Há provas robustas nos autos de que eles atuaram não só em Santa Catarina, mas também, pelo menos, no Rio de Janeiro", explica o delegado Attilio Guaspari Filho, responsável pelo inquérito, ao jornal O Globo.

"É muito importante para a polícia e para a sociedade que a população denuncie o paradeiro dessas pessoas, de modo que elas parem de aplicar golpes, caso ainda o estejam fazendo, até para manter o estilo de vida e pagar os honorários advocatícios", completa.

Fonte: Isto É
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