Com uma ou no máximo duas publicações por dia, a maringaense Vitoria Mansur, de 22 anos, encontrou no OnlyFans uma forma de viver bem financeiramente e ainda ter a liberdade de trabalhar com horários flexíveis, e de qualquer lugar. O OnlyFans é uma rede social em que qualquer pessoa pode cobrar pelo acesso ao conteúdo, seja por assinatura mensal ou venda avulsa.
Vitoria criou um perfil na rede há cerca de seis meses, quando foi procurada no Instagram por um homem que fez uma proposta para que ela criasse uma conta. “Ele me deu uma direção sobre como começar e até hoje é meu assessor, me ajudando com o marketing e outras coisas”.
Mesmo com certo receio, ela decidiu apostar. No início, contava apenas com a ajuda da irmã, que fazia as fotos e vídeos com o próprio celular. Agora, já tem apoio de fotógrafos profissionais. As publicações, que variam entre fotos e vídeos, mostram Vitória em poses sensuais. Os "nudes" também estão disponíveis para os usuários. “Procuro fazer fotos sensuais, mas de forma mais artística”, diz Vitoria.
Em apenas um mês, Vitoria conquistou cerca de mil inscritos no OnlyFans. Mas após ter tido algumas fotos vazadas na internet, ela perdeu muitos usuários e precisou abrir um processo para recuperar os seguidores. No começo, ela divulgava o trabalho do OnlyFans no instagram e acabou tendo a página hackeada por ter recebido muitas denúncias pelas fotos sensuais. “Perdi minha conta com mais de 150 mil seguidores. Precisei fazer uma conta nova e hoje em dia não faço divulgações do Onlyfans”, explica.
Por uma espécie de geolocalização, ela conta que é possível saber de onde são seus inscritos. A maioria é de Maringá. “Acredito que grande parte não use o nome verdadeiro. Mas já aconteceu de conhecidos se inscreverem”, conta.
O OnlyFans aceita apenas pagamentos em dólares, que são convertidos em reais na fatura do cartão de crédito. O valor das assinaturas pode variar de US$ 4,99 a US$ 49,99. O serviço repassa 80% ao dono do perfil e fica com 20% para cobrir custos operacionais.
Vitória definiu o valor de suas publicações com base no preço cobrado por outras mulheres com perfil parecido. No começo, cobrava 12 dólares. Atualmente, cada usuário precisa desembolsar 15 dólares por mês para ter acesso aos conteúdos. Há ainda a opção de comprar um pacote de três meses com 20% de desconto, que sai por 35 dólares. Vitória recebe um pagamento a cada duas semanas.
No site, os usuários podem ainda iniciar uma conversa privada com a dona do perfil para negociar uma venda avulsa de fotos e vídeos. Vitória conta que muitos homens a procuram no chat para pedir coisas inusitadas.
“Muitos pedem pra eu mandar minha calcinha pelo correio e oferecem dinheiro por isso. Muitos também pedem fotos das mãos e dos pés”, diz.
Outra possibilidade são as gorjetas. “A pessoa pode dar a quantia que quiser”.
Apoio
No começo, a mãe de Vitoria ficou com certo receio, quando ela contou sobre o trabalho no OnlyFans. “Depois ela me apoiou, porque na verdade eu só comecei a monetizar o que eu já fazia”, diz.
O preconceito, segundo ela, vem mais de outras mulheres. “Tenho namorado, que sabe do trabalho e me apoia”.
Neste fim de semana, Vitória vai lançar um grupo vip no Telegram para vender conteúdos adultos para aqueles que não têm como se inscrever no OnlyFans por não terem cartão de crédito, por exemplo. “Terá a opção de pagamento por pix”, adianta. Para acessar o link, clique aqui.
Assim como em uma rede social tradicional, no OnlyFans você cria o seu perfil, e tem acesso a um “feed” com os conteúdos dos criadores que segue e assina, além de poder interagir com curtidas em posts, por exemplo.
Criar um perfil no OnlyFans é gratuito tanto para criadores quanto para fãs. Após criar o perfil, basta pesquisar os perfis de artistas e usuários favoritos e começar a segui-los. Nas configurações, o usuário pode escolher se a sua conta será paga ou gratuita. Na modalidade gratuita, o usuário só verá os materiais que disponibilizados publicamente.
Já a versão paga proporciona acesso a mais benefícios. O pagamento pode ser feito via cartão de crédito e débito internacionais e Wallet Credits, uma espécie de carteira digital.
Para ser aprovado como criador, é preciso enviar uma foto de um documento oficial de identificação, junto de uma selfie segurando o documento. Também é necessário informar uma conta bancária que aceite receber transferências internacionais. Para acessar um conteúdo, é preciso informar dados pessoais e ter um cartão aprovado.
O acesso é feito pelo OnlyFans.com.
A cantora Anitta entrou na plataforma em 2021. Inclusive, foi no Onlyfans que um polêmico vídeo de uma tatuagem íntima viralizou na internet.
A ex-chacrete também está no Onlyfans. “Finalmente vocês verão ver a "Lady do Povo" de uma forma diferente, uma forma mais ousada”, diz a descrição do perfil.
A cantora Renata Frisson, conhecida como Mulher Melão, também está no OnlyFans. Em conversa com Danilo Gentili, no The Noite, ela comemorou o sucesso e contou como produz seu conteúdo. “Meu perfil é o mais curtido do Brasil e tem um diferencial. Trabalho muito em fazer conteúdo diário e gosto de conteúdo amador. Eu mesma tiro a foto. Adoro ficar soltinha, pego um drink e fico bem à vontade”, revelou.
Cardi B foge um pouco do convencional do OnyFans. Quem acessar a conta da cantora na plataforma adulta, não vai encontrar vídeos explícitos ou fotos íntimas. A cantora usa o local para divulgar suas músicas e arrecadar fundos para a caridade.
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