Política Almirante Tamandaré

Vereadores de Almirante Tamandaré aprovam criação de verba de ressarcimento

População revoltada protestou e parte dos vereadores tiveram que sair pela porta dos fundos

Por Luciana Pombo

02/06/2021 às 15:54:42 - Atualizado há

Num momento de pandemia, desemprego, fome e mortes, os vereadores de Almirante Tamandaré aprovaram o Projeto de Resolução 003/2021 que cria verbas de ressarcimento destinadas à cobertura de despesas relacionadas à atividade parlamentar. Na prática, eles querem ter gastos com divulgação de atividades parlamentares, aquisição de software, suprimentos para impressoras, pagamento de empresas e profissionais liberais, participação em simpósios, locomoção urbana devolvidos pelo Legislativo, entre outros. A desculpa é que daria mais transparência.

Isso criaria uma verba extra de 30 URM (Unidade de Referência Municipal) para cada gabinete – que seria comprovado o gasto através de nota fiscal. A URM vale em Almirante Tamandaré R$ 229,29. Portanto, a verba de ressarcimento seria de até R$ 6.878,70. Isso sem contar aos salários que os vereadores têm direito, aos cargos que cada um têm e o fato de que a maioria não tem dedicação exclusiva ao parlamento. Isso é, tem mais de uma atividade como estabelecimentos comerciais, escritórios de advocacia e até empresas de comunicação. "Não aumenta em nada a verba que vem para essa Casa", tentou justificar o vereador Amauri Lovato.

A cada tentativa de justificativa, a população ficava ainda mais revoltada do lado de fora. Gritos de ladrão eram ecoados e palmas para os que se posicionaram contra, como o vereador Wallison Romero – que foi ainda mais longe. Pediu a extinção do artigo que paga gastos de viagens para vereadores do Regimento Interno. "Os vereadores têm que viajar com recursos próprios", disse ele. Romero ouviu as bases e mudou a decisão e se posicionou contra ao ver o entendimento dos eleitores. Angelo Prodóscimo não gostou da justificativa e disse que não precisa ouvir as bases porque foi eleito para representar o eleitor e assim o faz, tomando decisões com "coragem".

Apesar de ser uma verba considerada legal, a discussão é a moralidade dos recursos num período de pandemia. "Esse dinheiro poderia ser devolvido para a Prefeitura e ser revertido em asfalto ou até em cesta básica para população", apostou o vereador Denys Moraes (PV), se colocando contra o projeto. Depois de aprovarem por dez votos contra quatro, alguns vereadores foram embora escoltados pela Polícia Militar (PM), aos gritos de vergonha.

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