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#Verificamos: É falso que CEO do Ipec responde a processo eleitoral por "manipulação de pesquisas"

Por Luciana Pombo

29/06/2021 às 21:44:58 - Atualizado há

A informação analisada pela Lupa é falsa. Márcia Cavallari Nunes, ex-CEO do Ibope Inteligência e atual CEO do Ipec, não é ré em processos ligados a suposto esquema de pagamento de propina da JBS, nem foi acusada pela justiça de ter favorecido o atual governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), em pesquisas eleitorais. Na verdade, ela somente foi interrogada como testemunha no caso. Tampouco existe qualquer menção nos autos a um suposto favorecimento de Renan Filho nas pesquisas, como dito na publicação.

Em 2017, o ex-executivo da J&F, Ricardo Saud, afirmou em delação premiada que o Ibope teria sido usado para dissimular o pagamento de R$ 300 mil de propina à cúpula do MDB. Para sustentar essa informação, ele apresentou uma nota fiscal naquele valor datada de 14 de julho de 2014. Em 2019, Márcia prestou depoimento à Polícia Federal, no âmbito da Operação Alaska, sobre essas acusações.

Em seu depoimento, a então representante do Ibope disse que o senador alagoano Renan Calheiros (MDB) solicitou pesquisas eleitorais para a campanha de Renan Filho (MDB) ao governo do estado. O projeto teria sido orçado em R$ 600 mil — a campanha do então candidato e o grupo J&F teriam pago, cada um, R$ 300 mil.

No entanto, a então CEO do Ibope Inteligência declarou que não verificou qualquer indício de irregularidades no serviço, já que até então a doação de empresas privadas a campanhas eleitorais era permitida.

Nunes afirmou que todo o serviço contratado foi prestado pelo instituto. “O Ibope não fez nada de ilegal, nunca pagou propina, nem deu dinheiro a nenhum político, nem participou de qualquer esquema de lavagem de dinheiro. Nunca recebeu nenhum dinheiro de caixa dois, nunca prestou serviços não faturados ou sem nota fiscal, nem recebe dinheiro em espécie”, declarou a então CEO no depoimento, obtido pelo Estadão.

Por meio de nota, o Ipec informou que Nunes foi convidada a prestar depoimento com o único objetivo de detalhar pesquisas encomendadas pela JBS que foram devidamente executadas, quando a legislação brasileira ainda permitia que empresas do setor financiassem gastos de campanhas. “Não há qualquer denúncia contra o Ibope Inteligência, seus ex-executivos ou contra Márcia, que não responde e nunca respondeu a qualquer processo”, diz a nota.

À época, o próprio Ibope Inteligência confirmou que a JBS havia contratado um valor bem superior, somando R$ 2,8 milhões em serviços, mas declarou que todo o montante foi utilizado na realização de pesquisas eleitorais, como a do emedebista, e pesquisas de mercado para marcas do conglomerado, como a Friboi e a Swift.

O Ipec surgiu em janeiro deste ano depois que a Kantar, grupo internacional que adquiriu as operações do Ibope em 2014, anunciou o encerramento do braço da empresa responsável por pesquisas de opinião e de mercado. O novo instituto foi fundado por ex-executivos e pela ex-CEO, que manteve o cargo.

Esta informação também foi analisada pelo Estadão Verifica.

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