Fim de ano escancara a sabotagem das concessionárias nas rodovias do Paraná

Este final de ano que o litoral vai bombar sem pedágio, afirma a Abrabar, preocupada com a questão da segurança nas estradas

O Paraná chegou ao final de 2021 em meio a um debate motivado pela preocupação com a segurança nas estradas. Neste período de férias escolares e feriados prolongados, muitas famílias programaram viagens e tem se deparado com rodovias em condições perigosas devido a péssima qualidade do asfalto.

Esta situação escancarou a sabotagem praticada pelas concessionárias de pedágio, cujo contrato terminou em novembro, diz o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo. As empresas deixaram de faturar e, sem perspectiva de renovação dos acordos, há muito tempo não fizeram mais a manutenção correta dos trechos que atuavam.

Nos últimos dias, a imprensa tem destacado programas como falhas nas pistas, que surgiram um mês após terminado o contrato. “Um dos exemplos é o Blog do Zé Beto, que vem trazendo informações precisas sobre as movimentações no poder público e na sociedade civil organizada”, ressaltou Aguayo.

Sem estrutura
De acordo com o blog, não se fala em outra coisa no Tribunal de Contas que não gire em torno da participação durante a semana, da procuradora-geral do Ministério Público de Contas na discussão sobre o pedágio. Valéria Borba contestou o presidente, conselheiro Fabio Camargo, que demonstrou preocupação com o que pode acontecer nas estradas com o fim da cobrança do pedágio.

Na avaliação de Camargo, a saída das empresas resultou na falta de estrutura para atendimento e já está sendo demonstrada com filas, entre outros problemas. “Pode haver tragédias durante o período de férias”, alertou o presidente do TC.

A procuradora então, disse, defendendo o governo: “O Estado está preparado para atender as rodovias porque o "nosso governador" falou isso na televisão”. E completou: “Temos uma estrutura muito grande”. Camargo informou que a preocupação era devido aos relatórios de acidentes dos últimos anos, que foram repassados ao DER e Casa Civil.

Valéria Borba afirmou que eles talvez sejam causados “pela fome, pela inflação, pelo desemprego”, mas que isso “não é porque os pedágios acabaram”. Ela também disse que o preço do combustível e a pandemia vão diminuir o tráfego nas estradas.

Iniciativa própria

Enquanto o governo busca justificativas para aliviar a tensão sobre o tema, os usuários começam a fazer por conta própria e com criatividade encontram soluções, como esta da BR-277 no sentido litoral, que poderá ser levada para outras regiões do estado.

Antes de pegar o trecho, eles se organizaram pelo WhatsApp para emitir alertas de congestionamentos, buracos na pista e acidentes. O grupo só cresce em adesões diante dos engarrafamentos diários e as filas que se formam a cada dia. Muitos adotaram a Estrada da Graciosa como alternativa, poupando horas de aborrecimento.

Alerta, alerta…

O Zé Beto lembra que o Tribunal de Contas já havia alertado sobre o movimento de final de ano, que “nem iniciou e já deu chabu” na rodovia 277. “Sexta e sábado, mesmo com mau tempo, foram dias de intenso engarrafamento e espera de mais de uma hora com filas de carros e caminhões parados enquanto os buracos na pista eram finalmente consertados”, informou.

Ontem (22) outro engarrafamento gigantesco nas duas pistas enquanto um ônibus de passageiros era consumido pelas chamas no motor. “Demora em tudo, ausência de veículos de socorro, guinchos e ambulâncias”, disse o blogueiro, informando sobre outros problemas como remoção de grades divisórias das pistas e animais atropelados junto as lojas de pneus e detritos nos acostamentos.