Geral Foz do Iguaçu

A pandemia é o maior desafio da minha geração, diz Chico Brasileiro

Por Da Redação

20/12/2021 às 11:02:11 - Atualizado há

O prefeito Chico Brasileiro (PSD) nesta entrevista ao GDia não falou sobre obras, projetos e programas em curso do seu governo, mas como enfrentou a pandemia da covid-19. “É o maior desafio da minha geração, nos custou muito, sacrifícios, amigos e conhecidos que se foram. Mas estamos superando essa fase muito difícil com muito trabalho, dedicação e empenho de todos”, disse.

Chico Brasileiro descreveu as ações de enfrentamento ao coronavírus e como a prefeitura e Itaipu Binacional fizeram das festa de final de ano, um natal de ressurreição e superação, e das batalhas que a cidade venceu contra a covid. “É uma vitória que temos que celebrar. O Natal deste ano tem um sabor especial, tinha que acontecer, não poderia deixar passar em branco, não poderia ser algo pequeno, tinha que ser algo na altura de Foz do Iguaçu”.

“O Natal vai ficar porque, tem muita paixão, uma coisa e é impressionante a dedicação dessas pessoas da equipe, tanto da Itaipu quanto da Fundação Cultural, prefeitura, todo mundo junto. E isso só vai crescer”, completou Chico Brasileiro nesta entrevista emocionada e crua.

O ano que está terminando foi marcado por altos e baixos e o período mais crítico da pandemia. Como o senhor contextualiza esta fase?
Chico Brasileiro –
O ano de 2021 foi desafiador e também de incertezas. No 15º dia do ano, senti um mal estar e fui fazer o exame covid e não deu outra, testei positivo. Então, já iniciei o ano com aquela apreensão, que a pior coisa da covid é não saber o que vai ser o amanhã. Você toda hora com o oxímetro medindo, e foi a segunda vez que tive.
É por isso que hoje, este Natal tem um motivo especial para a gente comemorar, tem um motivo de chegar ao final do ano. Digo que vencer esta guerra, que ainda está nos desafiando, mas vencemos a pior batalha da covid.

“O Natal vai ficar porque, tem muita paixão, uma coisa e é impressionante a dedicação dessas pessoas da equipe, tanto da Itaipu quanto da Fundação Cultural, prefeitura, todo mundo junto. E isso só vai crescer”

Vencer a grande batalha contra a covid, com a vacinação é o que 2021 deixa para todos nós?
É uma vitória que temos que celebrar. O Natal deste ano tem um sabor especial, tinha que acontecer, não poderia deixar passar em branco, não poderia ser algo pequeno, tinha que ser algo na altura de Foz do Iguaçu.

Por isso que foi pensando realmente para celebrar a vida. A gente perdeu tantos amigos que só agora estamos conseguindo sentir falta das pessoas, porque, a vida foi tão corrida e não vimos o tempo passar neste ano. Eu sei que muita gente estava em casa, porque a pandemia exigiu isso, mas a gente que estava ali no dia a dia das atividades, não via o tempo passar

E não conseguimos nos despedir das pessoas, de tantos amigos que se foram, e hoje conseguimos olhar para trás e digo: "meu Deus, este ano não vou conseguir mandar um abraço para meu amigo, pois ele não está mais aqui".

Como o senhor falou, 2021 foi de incertezas, mesmo assim foi um ano de superação das dificuldades, este é o sentimento?
É uma sensação de vitória, de saúde, e um conjunto de sentimentos que passamos este ano. Acho que, por estarmos aqui é porque conseguimos superar tudo isso e temos que celebrar a vida. Por estas questões que o Natal tem este símbolo, tem todos estes encantamentos, toda esta vida. Natal é vida, é nascimento vida, e por isto que ele está sendo tão brilhante, que está sendo tão emocionante, foi preparado, tanta gente trabalhando.

Quando vi o projeto de Natal pela primeira vez, que a equipe trabalhou ali com muitas mãos, não gosto de falar de uma pessoa, porque tenho que falar de todas. Mas foi tanta gente envolvida neste Natal, com tanta doação e paixão. Me sinto assim, e em todas as apresentações que fui, encontrei o pessoal da Itaipu, da Fundação Cultural e da prefeitura, que trabalharam juntos… o Fundo Iguassu… foi uma sincronia tão grande de trabalhar em conjunto para que este Natal desse certo, e esta decisão do poder público, da prefeitura e Itaipu, vamos fazer, vamos fazer.

Esse natal é uma espécie de ressurreição para Foz…
O general Francisco Ferreira (diretor-geral brasileiro da Itaipu) me disse uma vez: “Vamos dar esse presente para Foz”. E este é um presente especial para Foz do Iguaçu, porque o Natal deste ano ganhou uma dimensão muito maior, Foz merece isso tudo. Esta união da prefeitura, Itaipu, Fundo Iguassu, de todas as entidades, das parcerias firmadas, é claro que a decisão de fazer foi nossa, da prefeitura e Itaipu, tomamos a decisão, em cima do que representa este Natal.

“O maior desafio da minha vida e de todos da minha geração foi enfrentar esta pandemia”

É também aos contras, aos do "quanto pior, melhor"?
O Natal está dando certo. Acho que aquelas pessoas que não acreditam que Natal possa ter uma dimensão maior e até como mais uma atração de turismo para região, desta vez tiveram que se calar. Quem não acredita que o Natal dá retorno do ponto de vista econômico, pergunta ao feirante que está na praça, perguntar por que temos fotos do Natal de Foz espalhadas pelo Brasil? Os turistas estão divulgando, os jornais do Paraguai falam todos os dias, Curitiba, Rio de janeiro, Nordeste, é gente do Brasil inteiro, da Argentina e do Paraguai que estão falando do Natal de Foz do Iguaçu.

A gente precisa disso, transformarmos nessa referência, este é um grande ganho. O Natal vai ficar porque, tem muita paixão, uma coisa e é impressionante a dedicação dessas pessoas da equipe, tanto da Itaipu quanto da Fundação Cultural, prefeitura, todo mundo junto. E isso só vai crescer.

O Natal traz uma boa perspectiva para os próximos anos?
Nos próximos anos muita gente, muitos empresários – é compreensivo que este ano foi muito difícil para economia – que muita gente não pode investir em sua fachada, mas tenho certeza que no próximo ano, cada comerciante vai poder, se Deus quiser e se manter o controle da pandemia, vai poder investir, ser um ano melhor, mais estável, que a gente consiga ter uma situação financeira melhor, para que as pessoas invistam na sua casa. É importante criar este clima, que toda cidade abrace o Natal como aquele momento especial.

A pandemia ainda representa, ou pode trazer grandes dificuldades?
Tivemos duas fases da pandemia. Aquela vez que ninguém não sabia de nada, que foi o ano passado, nem a ciência sabia, e este ano que já sabíamos muito. É o ano que surgiu a vacinação, mas também o ano do pior momento para todos. Quem viveu os meses de março, abril e maio, esses três meses, quem viveu isso de perto, tem muita memória, tem muita história  para contar. O trabalhador da saúde, médico, enfermeiro, auxiliar, maqueiro e quem está na frente da gestão têm muita responsabilidade. Todos, de uma forma direta, nos envolvemos com a pandemia, e espero termos superado o pior momento.

“Foz precisa de mais vacinas". Batemos na mesma tecla em Brasília até que deu certo e o Ministério da Saúde entendeu, mandou antecipadamente, e começamos sair da crise mais cedo”

Como foi se organizar para enfrentar a pandemia?
A equipe de Vigilância de Foz do Iguaçu é muito técnica, aliás é uma equipe que passa muita segurança e realmente são muito estudiosos. Desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020, em janeiro foi nossa primeira reunião quando as coisas estavam ainda na China, e começou na Europa em janeiro, fizemos uma reunião e eu disse "esse negócio vai chegar aqui, não tem jeito". Foz do Iguaçu é uma das primeiras cidades a serem atingidas por essas pandemias, quando surgem pelo mundo, ainda não tinha sido decretado pandemia e já estávamos nos reunindo, se preparando, porque o alerta já era que Foz do Iguaçu seria uma das cidades com maior índice.

Já tínhamos reunido com o pessoal do Aeroporto, planejado com a Anvisa com todo mundo se chegasse um paciente nesta situação já tínhamos um plantão 24 horas atendendo para poder conter. Tudo muito bem planejado, muita dedicação a equipe da vigilância é muito técnica, muito boa, a todas as equipes das Upas, dos hospitais Costa Cavalcante e Municipal, foi um trabalho com muito louvor, temos que elogiar muito esse pessoal por tudo que fizeram com muita dedicação.

O senhor é dentista, servidor público, já foi vereador, deputado, secretário e está no segundo mandato de prefeito. Como resume esta fase que o mundo todo está passando?
O maior desafio da minha vida e de todos da minha geração foi enfrentar esta pandemia. Olha, tivemos o desafio da economia, ninguém faz um decreto para fechar o comércio, ninguém gostaria disso, nunca vibrei com isso. Ao contrário, sempre fiz com muita tristeza, mas tive que fazer, tinha que tomar a frente das coisas, tinha que tomar uma decisão para poder minimizar o impacto que estava vindo. Era uma avalanche que estava vindo, tomamos medidas dificílimas, que chegava domingo e todo mundo ficava em casa porque os supermercados estavam fechados. Foi realmente difícil, mas nós, os médicos, os enfermeiros sabiam o risco que estávamos correndo.

A economia e o dia a dia das pessoas, não só de Foz do Iguaçu, do Paraná, do Brasil, mas do mundo todo parou. Como foi superar tudo isso?
Foi uma fase triste para todos, para os comerciantes, para quem vende uma carne no domingo, os eventos para todo mundo, esse enfrentamento com toda dificuldade, e a gente acreditou que íamos vencer, apostamos que a vacina seria um grande instrumento, por isso que a gente montou uma estratégia. "Olha gente, vamos atrás de mais vacinas, Foz precisa de mais vacinas". Batemos na mesma tecla em Brasília até que deu certo e o Ministério da Saúde entendeu, mandou antecipadamente, e começamos sair da crise mais cedo, pudemos retomar mais cedo.

O enfrentamento da pandemia, até antes dos primeiros casos em 2020, contribuiu para que neste final de ano tenhamos boas perspectivas para 2022?Foz foi a primeira cidade do Paraná que editou um decreto de retorno do evento e por isso os hotéis estão cheios, os eventos estão acontecendo. Planejamos isso e desde junho, julho começamos a liberar o primeiro decreto para eventos. Foi uma batalha de muita história diária, de sábado, domingo, feriado, de uma batalha de você não saber que amanhã não vai chegar medicação. Tive muito contato com o Hospital Municipal, com as Upas, teve ocasião que em dois a três dias, conseguimos um tanque de 18 mil litros de oxigênio, para transformar a Upa em atendimento só covid, mas estava lá o oxigênio garantido.

“Foi com muita união, e neste final do ano não poderia deixar de falar isto, de agradecimento e também de celebrar a vida, e agradecer a todos aqueles que se abraçaram por Foz do Iguaçu” (Foto: Roger Meireles/GDia)

Superar esta fase crítica da pandemia exigiu esforço e união de todos. Quais apoios foram fundamentais neste trabalho?
Foram muitas decisões em todos os momentos que tiveram que ser tomadas. Imagine uma cidade sofrendo porque não tínhamos movimento no turismo, sem arrecadação. Foi com muita união, e neste final do ano não poderia deixar de falar isto, de agradecimento e também de celebrar a vida, e agradecer a todos aqueles que se abraçaram por Foz do Iguaçu, porque a gente recebeu muito apoio, do Ministério da Saúde, do Governo do Estado, do governador Ratinho Júnior, do secretário Beto Preto (Saúde), das equipes das secretarias do estado, toda equipe da Secretaria Estadual da Saúde.

A contribuição da Itaipu neste processo tem sido essencial?
No início do ano, a Itaipu nos ajudou com leitos em São Miguel, para poder desafogar o Hospital Municipal, aumentamos quatro alas, fizemos praticamente um hospital novo. Estas alas estão lá, estruturadas e foram feitas no campo de batalha. Mas não estávamos sozinho, esta união é uma marca muito forte, todas as equipes, a Itaipu sempre presente e vai meu agradecimento ao general Ferreira, a toda equipe, diretores, ao general Silva e Luna, porque ele teve um papel importante na fase que esteve aqui, que também teve pandemia, nunca deixaram de ajudar na compra de cesta básica, inclusive de medicação em certos momentos.

Muitas medidas adotadas no período mais agudo da pandemia geraram manifestações contrárias. Como enfrentou este momento?
Acho que de um lado tinha a incompreensão, de muita gente fazendo movimento contra, infelizmente era um momento que estava todo mundo indignado, não julgo as pessoas que foram para rua fazer protestos, sofri vários protestos neste período na frente da minha casa, na frente da prefeitura, mas é do nosso papel, não estamos só para receber elogios e receber aplausos. Temos que tomar decisões, e para tomar decisões, temos que ter convicção do que estamos fazendo e informar a população. Mas sempre tem as incompreensões.

Fonte: Cabeza News
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