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Alunos de colégio em MG trocam mensagens racistas em ofensa a colega de classe

Por Da Redação

19/12/2021 às 14:55:17 - Atualizado há


O caso aconteceu na última semana, e o pai da criança informou que procurou a Delegacia da Criança e do Adolescente. Ele foi orientado a comparecer em outra unidade da Polícia Civil, junto com seu filho, nesta segunda-feira (20) para registrar o Boletim de Ocorrência.


À reportagem, o pai do garoto vítima de racismo contou que o grupo foi criado pelos próprios alunos da escola para estudarem conteúdo de uma prova que seria aplicada. O adolescente começou a ser excluído e isolado das conversas, segundo afirmou o pai.


O garoto então decidiu sair do grupo, e, logo em seguida, começaram os ataques racistas. "Que bom que o 'neguin' não tá, já não aguentava mais preto naquele grupo" [sic], disse um dos alunos. Outro afirmou: "Nem sabia que preto estudava".


O nome do grupo no WhatsApp chegou a ser alterado para "Pilantrinhas (sem neguin)". Em determinado momento da troca de mensagens, um aluno disse que "nem sabia que preto podia ter celular" e que tem "sdds [saudades] de quando preto só era escravo", sendo respondido com "e sempre trabalhava".


O garoto que foi vítima dos ataques racistas recebeu fotos da troca de mensagens de um colega. Logo após ser alertado, o menino contou o ocorrido para o pai. "Eu fiquei estarrecido, o dia acabou para mim", contou o pai.


O responsável pelo jovem procurou a coordenação pedagógica da escola, que se mostrou solidária e marcou uma reunião para tratar do caso. "Aconteceu ontem, pensei que seria apenas eu, só que os pais dos outros alunos também estavam", disse o pai.


Ele relatou então que alguns dos pais presentes na reunião tentaram minimizar o caso. Um dos estudantes que publicaram as mensagens racistas no grupo tinha ido inclusive à casa do menino no início do mês passado para um churrasco. "Eles se desculparam, mas o leite já foi derramado."


Traumatizado com o racismo sofrido, o garoto está com sintomas de depressão, contou o pai. "Eles bateram muito forte não só na minha família, mas no meu filho também. Hoje [ele] não foi disputar um campeonato, não sai de casa e não está comendo", relatou.


A reportagem tentou contato com o Colégio Cristão Ver diversas vezes e por diferentes meios, mas não localizou representante algum ou a direção da instituição para comentar sobre o caso. Em um dos meios de comunicação, a reportagem recebeu uma resposta automática que indica que o centro de ensino irá voltar às atividades apenas no dia 10 de janeiro. O posicionamento do colégio será atualizado caso seja dado retorno.

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