Outro aspecto incrível da descoberta é que este pequeno fóssil permaneceu sem identificação no Museu de Melborne até recentemente. Ele faz parte da carapaça de uma tartaruga nariz de porco e foi encontrado há quase cem anos em Beaumaris, a 20 km de Melbourne.
Mas o que uma tartaruga nariz de porco de 5 milhões de anos estava fazendo em Beaumaris, a milhares de quilômetros de sua residência atual?
Os pesquisadores explicam que no passado o clima de Melbourne era muito mais quente e úmido do que agora. Ou seja, era mais parecido com as condições tropicais nas quais essas tartarugas vivem hoje.
Por essa característica, a costa leste da Austrália era um habitat importante para as tartarugas tropicais. É verdade que elas teriam que nadar milhares de quilômetros para chegar até lá. Mas isso não é incomum, já que pequenos animais estão acostumados a cruzar o mar pegando carona em jangadas naturais de vegetação.
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Como hoje, os animais do passado também foram ameaçados pelas mudanças climáticas. Quando o clima da Australásia tornou-se mais frio e seco após as eras glaciais, todas as tartarugas tropicais foram extintas, exceto a tartaruga de nariz de porco no Território do Norte, na Austrália, e na Nova Guiné.
Assim, a história mostra que as mudanças climáticas podem acelerar o processo de extinção pelo qual a tartaruga nariz de porco moderna passa. Isso porque essas tartarugas são muito sensíveis ao ambiente e, sem chuva, seus ovos não podem eclodir.
Outras espécies de répteis passam por dificuldades semelhantes impostas pela mudança climática. Em algumas tartarugas e crocodilos, por exemplo, o sexo do filhote pode ser determinado pela temperatura na qual os ovos são incubados.
Via Phys.org.
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