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Premiê da Somália assina acordo com militares e volta ao poder

Por Da Redação

22/11/2021 às 13:22:49 - Atualizado há

Quase um mês após a prisão do primeiro-ministro do Sudão, detido juntamente com funcionários do governo e lideranças políticas em um golpe de Estado no país, Abdalla Hamdok assinou um acordo com os militares neste domingo (21) e foi reconduzido ao cargo. As informações são da rede Voice of America (VOA).

A resolução, anunciada em uma cerimônia transmitida ao vivo pela TV estatal, determina a soltura das autoridades sob custódia desde o dia 25 de outubro, incluindo o Partido Nacional Sudanês (Umma). O ato foi classificado por um grupo pró-democracia que mobilizou dezenas de protestos como “uma forma de traição”. Após a assinatura do pacto, manifestantes nas proximidades do palácio presidencial gritaram: “Hamdok vendeu a revolução”.

O premiê agora irá liderar “um gabinete tecnocrático independente”, disseram as autoridades, acrescentando que a ONU (Organização das Nações Unidas), Estados Unidos e outros desempenharam “papéis cruciais” na elaboração da medida. Ele vai liderar o Sudão até que novas eleições sejam realizadas. Não está claro quanto poder o governo teria, que deve permanecer sob supervisão dos militares.

Abdalla Hamdok, primeiro-ministro do Sudão (Foto: Wikimedia Commons)

Hamdok alegou que assinou o acordo para “impedir o derramamento de sangue”. “O sangue sudanês é precioso. Vamos parar o derramamento de sangue e direcionar a energia dos jovens para a construção e o desenvolvimento”, disse ele.

Pelo menos 39 pessoas foram mortas pelas forças de segurança no país após o golpe militar, 15 das quais teriam sido mortas a tiros. De acordo com fontes médicas, mais de 100 pessoas ficaram feridas durante os protestos. O gás lacrimogêneo também foi muito usado. Já as detenções foram feitas antes, durante e depois das manifestações. A polícia emitiu um comunicado dizendo que 89 policiais também ficaram feridos

Segundo a agência Associated Press (AP), o acordo ainda determina que uma investigação busque identificar os responsáveis ??pelas mortes e ferimentos de civis e soldados.

O acordo possui 14 cláusulas que, garantem os militares, enfatiza que o poder deverá ser entregue a um governo democraticamente eleito após o período de transição.

“Ao assinar esta declaração, poderíamos estabelecer uma base genuína para o período de transição. Queremos estabelecer uma verdadeira parceria com todas as forças nacionais para que possamos, eventualmente, construir instituições que possam nos levar para a frente”, disse Abdel-Fattah Burhan, o principal autoridade militar sudanesa.

As Forças de Liberdade e Mudança (FFC, da sigla em inglês), coalizão civil que dividia o poder com os militares, afirmou em comunicado que não reconhece nenhum acordo com o exército sudanês.

“Afirmamos nossa posição clara e previamente anunciada: sem negociação e sem parceria e sem legitimidade para os golpistas”, decretou o FFC.

Por que isso importa?

O golpe de Estado no país do norte da África estremeceu o acordo de paz assinado em 2020, que representou uma trégua de anos de conflito no país africano e agora “coloca em perigo os importantes progressos alcançados em direção à democracia e aos direitos humanos”.

Além do governo de transição, os grupos Frente Revolucionária e Movimento de Libertação (Minni Minnawi) assinaram o documento no vizinho Sudão do Sul. À época, a expectativa era de que a rubrica colocasse um ponto final no conflito, que já dura 17 anos.

Desde 2003, os combates das forças armadas e milícias aliadas ao ex-presidente Omar al-Bashir já mataram cerca de 300 mil pessoas. Também forçaram o deslocamento de milhões, segundo a ONU. Al-Bashir foi deposto em abril de 2019, após uma série de disputas iniciadas ainda em 2018.

Fonte: A Referência
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