As erupções solares das últimas semanas foram intensas, mas não o suficiente para representarem alguma ameaça para nossos satélites ou instrumentos de comunicação aqui na Terra. Por outro lado, o impacto das partículas carregadas do Sol criaram auroras que impressionaram até mesmo os astronautas que estavam na Estação Espacial Internacional (ISS).
Ver as auroras de dentro da ISS não é exatamente uma novidade — aliás, alguns astronautas, como o veterano francês Thomas Pesquet, costumam registrar esses eventos com suas câmeras fotográficas, mas a última aurora foi excepcional. Isso porque ela foi gerara por uma ejeção de massa coronal tão veloz que, no meio do caminho em direção à Terra, “devorou” duas outras “nuvens” de plasma ejetadas anteriormente.
Pesquet, claro, não perdeu a oportunidade, fotografando também a auroras boreais intensas que se espalharam por várias regiões da América do Norte, como o Canadá e até mesmo Nova York. De acordo com o astronauta, essas foram as auroras mais fortes de toda a sua atual missão na ISS (que, aliás, durou aproximadamente seis meses). A espaçonave Crew Dragon, da SpaceX, deixou a estação orbital para trazer Pesquet e os demais tripulantes da missão Crew-2 de volta à Terra dois dias após ele tirar a fotografia abaixo.
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We were treated to the strongest auroras of the entire mission, over north America and Canada. Amazing spikes higher than our orbit????, and we flew right above the centre of the ring, rapid waves and pulses all over. #MissionAlpha https://t.co/5rdb08ljhx pic.twitter.com/0liCkGvRCh
— Thomas Pesquet (@Thom_astro) November 6, 2021
Ainda segundo o francês, essas auroras “desenharam uma verdadeira coroa sobre a América do Norte” e apresentaram picos “incríveis”, mais altos do que a própria órbita da ISS — a estação fica em média a 408 km de altitude. “Voamos bem acima do centro do anel, ondas rápidas e pulsos por toda parte”, relatou.
Ejeções de massa coronal (CMEs, da sigla em inglês) são formadas acima de manchas solares e disparam bolhas de plasma em direção ao espaço. As CMEs mais intensas ocorreram nos dias 1° e 2 de novembro, a partir de uma mancha solar chamada AR2887, ambas "canibalizadas" por uma terceira CME no final da terça-feira (2). A explosão partiu de outra mancha solar, chamada AR2891.
Os processos que levam o Sol a produzir tais eventos ainda não foram totalmente desvendados. Espera-se que a atividade solar aumente em meados da década, na metade do atual ciclo de onze anos, para então voltar à atividade mínima. Embora as tempestades solares preocupem os cientistas de clima espacial, as previsões são de que teremos um ciclo brando nesta década, assim como foi o ciclo anterior.
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