Depois de 19 meses de pandemia, o kit de sobrevivência álcool em gel e máscara de proteção já são velhos conhecidos de quem precisa se deslocar com risco menor de contrair o famigerado coronavírus e suas mutações. No entanto, nos últimos dias, por conta do aumento no índice de vacinados e da redução de internações e mortes pela covid-19, o país começou a discutir se já está na hora de aposentar a máscara e exibir novamente o carão em praça pública. Rio de Janeiro e São Paulo encabeçam o movimento dos sem máscara, mas especialistas advertem que ainda é cedo para mostrar o batom ou o barbeado no capricho.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD), afirmou na quarta-feira, 06, que o fim da obrigatoriedade da máscara em locais públicos pode cair até o dia 15 deste mês. No estado do Rio, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, já flexibilizou o uso, mas não sem receber fortes críticas de especialistas em saúde. Em São Paulo, flexibilizar ou abolir a máscara ainda está em estudo. A intenção do governo paulista é adotar a medida com índices de vacinação acima de 90%, com as duas doses.
Em Salvador, o secretário municipal de Saúde, Léo Prates, considerou a discussão sobre abolir ou não a máscara precipitada, na quinta-feira, 07.
“Eu acho que essa discussão é totalmente inoportuna. O nosso problema não está no uso de máscara, está na retomada econômica, na retomada do turismno, com toda segurança, na retomada do setor de eventos que é tão importante para nós", afirmou Prates em evento.
O secretário defende que a máscara só deve ser abolida quando for 100% seguro. Em Salvador, até a sexta-feira, 08, 1.307.013 pessoas haviam recebido as duas doses de vacina.
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Duque de Caxias, na Baixade Fluminense, flexibilizou o uso das máscaras (Foto: Tomaz Aquino/Agência Brasil) |
A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) é uma das entidades que recomenda que, além da redução nos casos e mortes, seja levado em consideração para que as máscaras sejam abolidas, o índice de pessoas vacinadas na população e a taxa de transmissão do coronavírus. Com o surgimento de variantes como a Delta, que tem alta taxa de transmissibilidade, a entidade recomenda cautela na decisão.
Fora do Brasil, Portugal suspendeu o uso de máscaras em algumas situações, mas só quando alcançou 80% de sua população imunizada com as duas doses ou dose única de vacina. Ainda assim, o país europeu ainda exige o acessório de segurança em eventos, transporte público, hospitais, shoppings e mercados, segundo dados divulgados na quinta-feira, 07, pelo podcast Durma com Essa, do Nexo.
Em outros países da Europa, como França, Reino Unido e Dinamarca, também já ocorreram flexibilizações, mas a realidade vacinal nesses locais não é a do Brasil. Por aqui, somente 44% de toda a população do país já está totalmente imunizada.
Na capital baiana, a vacinação avançou até adolescentes de 12 anos, mas a cidade aguarda liberação da Anvisa para começar a imunizar as crianças de 6 a 11 anos. Por aqui, enquanto a imunização não é concluída, vale a regra de que usar máscara é autoproteção e respeito ao coletivo.
Brasil entre os cinco que mais produzem lixo eletrônico
O Brasil é o quinto país que mais gera lixo eletrônico (baterias de celular, eletrodomésticos, computadores, fones, etc.) no mundo. A informação é da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil - 2021, divulgada na quinta-feira, 07, pela Green Eletron, gestora sem fins lucrativos de logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas.
De acordo com o estudo, a maior parte dos brasileiros (87%) já ouviu falar em lixo eletrônico, mas um terço (33%) acredita que esse lixo está relacionado ao meio digital, como spam, e-mails, fotos ou arquivos compartilhados na internet. Para outros 42% dos brasileiros, o lixo eletrônico consiste nos aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos quebrados e 3% acreditam que são todos os aparelhos que já viraram lixo, ou seja, apenas os que foram descartados, inclusive aqueles que acabam incorretamente em aterros ou na natureza.
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Pesquisa mostrou que 16% dos brasileiros descartam com frequência eletrônicos no lixo comum (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil) |
A pesquisa também especificou alguns produtos para saber se as pessoas os reconheciam como lixo eletrônico. Mais de 90% acreditam que celulares, smartphones, tablets, notebooks, pilhas e baterias são lixo eletrônico. Mas, 51% não acham que as lâmpadas comuns, incandescentes e fluorescentes são lixo eletrônico; 34% acreditam que lanternas também não entram na categoria; e 37% descartaram as balanças da lista.
De acordo com o The Global E-waste Monitor 2020, anualmente, mais de 53 milhões de toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas são descartadas em todo o mundo, gerando impactos negativos no meio ambiente por vazamentos de químicos.
Baiano no topo
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Torto Arado é o romance de estreia de Itamar Vieira Jr., autor também de Doramar ou a Odisseia (Foto: Nara Gentil/CORREIO) |
Torto Arado, o premiado romance do escritor baiano Itamar Vieira Jr, publicado pela Todavia, está há 10 meses no primeiro lugar da Lista Nielsen PublishNews, ranking que faz a apuração dos autores nacionais mais vendidos nas livrarias brasileiras. A informação foi divulgada na segunda-feira, 06, pelo site PublishNwes, especializado em notícias do mercado editorial. O livro encabeça a lista dos mais vendidos de ficção desde janeiro deste ano. Um feito com o qual o autor já está até acostumado, pois foi o primeiro a alcançar o topo das listas de mais vendidos no país com o livro de estreia. Torto Arado narra a dramática realidade nordestina, imersa em pobreza, conflitos agrários, violência de gênero e exploração do trabalho análoga à escravidão. O romance de Itamar foi premiado com o Leya de Literatura, em Portugal, o Oceanos 2020 e o Jabuti, entre outros prêmios. Também já foi traduzido e publicado fora do Brasil.
Nobel de literatura
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Abdulrazak Gurnah vive no Reino Unido desde os anos 1960 (Foto: Divulgação) |
O escritor Abdulrazak Gurnah, nascido na Tanzânia mas radicado no Reino Unido, é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2021. Seu nome foi anunciado na quinta-feira, 07, pela Academia Sueca. Foi o quarto Nobel divulgado na semana, os outros foram de Medicina, Física e Química. Desde 2012, o prêmio de literatura não saia para autor fora da Europa ou dos Estados Unidos. O escritor e romancista nasceu em 1948 e se mudou para o Reino Unido na década de 60, como refugiado. Abdulrazak Gurnah, de 73 anos, escreve em inglês e já publicou Paradise (1994), Desertion (2005), e By the Sea (2001). Ao todo, são dez livros. Ele também foi professor de inglês na Universidade de Kent e membro do júri do Man Booker Prize, em 2016. Gurnah reflete sobre os efeitos perversos do colonialismo na África, o destino dos refugiados e o choque cultural entre eles e os países para onde se mudam, geralmente no continente europeu.
Para refletir...
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Samara e as filhas, que foram ofendidas na internet com críticas racistas (Foto: Reprodução/Instagram) |
Imaginem quantas crianças pretas sofrem, deixam de estudar, machucam seu coro cabeludo para alisarem os cabelos, se odeiam e crescem cheias de dores e traumas, Samara Felippo
A atriz desabafou contra o racismo na internet após suas duas filhas sofrerem ataques nas redes sociais.