O motorista que dirige diariamente por Curitiba já deve ter percebido: as lombadas eletrônicas estão sumindo aos poucos da paisagem da capital paranaense. Na grande parte dos locais, o limitador de velocidade saiu e ficaram apenas as placas de sinalização com os limites de velocidade, mas o painel com o marcador digital não está mais lá.
O engenheiro civil e especialista em gestão e planejamento de trânsito, Hugo Alexander Martins, diz que com a retirada das lombadas eletrônicas não poderia ter acontecido sem a realização de um estudo técnico. Para ele, nos locais em que houve a remoção dos equipamentos, há uma tendência de aumento da velocidade pelo condutor.
Esse pode ser o caso, por exemplo, de trechos das ruas Hugo Simas e Nilo Peçanha, no Bom Retiro; da Brasilino Moura, no Ahú, e da Rua dos Funcionários, próxima ao Terminal do Cabral. Nesses quatro locais, a lombada eletrônica saiu e nenhuma outra solução para conter a velocidade dos carros foi adotada pela prefeitura.
Para o especialista, a retirada repentina dos equipamentos prejudica a mobilidade do trânsito tanto para os motoristas, quanto para os pedestres.
A prefeitura de Curitiba confirma que já removeu 26 lombadas eletrônicas, em diversos pontos da cidade. Os equipamentos retirados pertenciam à empresa Consilux, envolvida em um escândalo de corrupção em 2011, e foram encampados pela prefeitura, após a revelação do caso.
A superintendente de trânsito de Curitiba, Rosângela Battistella, diz que a retirada das lombadas resolve parte de um antigo problema da administração municipal, em relação aos equipamentos de fiscalização eletrônica de trânsito.
Segundo a superintendente, a prefeitura de Curitiba pretende lançar em breve uma licitação para contratar novos equipamentos eletrônicos limitadores de velocidade, conforme a necessidade. Ela diz que as situações são analisadas caso a caso, considerando as peculiaridades do trânsito de cada região.
Nos locais onde houve a retirada das lombadas eletrônicas, ainda não há uma definição se um novo equipamento será instalado, ou em quanto tempo isso vai acontecer.
Segundo a superintendente, um estudo da prefeitura ainda está em andamento, para entender qual é a melhor solução para cada trecho.
A capital paranaense vai manter em operação 30 lombadas eletrônicas que pertencem à prefeitura de Curitiba. No local onde houve a retirada dos equipamentos, a sinalização dos limites de velocidade – em geral, de 40 quilômetros por hora – permanece e deve ser respeitada pelo motorista.
As lombadas eletrônicas são uma invenção curitibana. O primeiro equipamento foi instalado pela prefeitura em 1992.
Reportagem: David Musso
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