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Crise na Abin: Medidas de Segurança e Tensão Interna


Luciana Pombo

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enfrenta um período de tensão interna devido a uma série de medidas implementadas pela sua direção, que têm gerado descontentamento entre os agentes e aumentado o mal-estar com a Polícia Federal (PF). Essas mudanças ocorrem em meio a investigações relacionadas à "Abin paralela" durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Nos últimos meses, agentes da Abin tiveram suas armas e notebooks funcionais recolhidos, e o acesso a softwares internos foi restringido, inviabilizando consultas a dados de pessoas, relatórios e veículos usados em missões. A Abin justificou as ações como medidas para reforçar a segurança e a auditabilidade dos processos, mas não especificou os motivos de cada mudança.

As tensões também estão ligadas à substituição de cargos de comando por policiais federais no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que tem gerado insatisfação entre os agentes de carreira da Abin. A situação se agravou após uma série de operações da PF, comandadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que investigam o uso da Abin para fins pessoais da família Bolsonaro.

Armas e Notebooks Recolhidos

Uma das medidas mais controversas foi o recolhimento das armas dos agentes, mesmo daqueles que atuam em áreas sensíveis e precisam de defesa pessoal. A decisão foi vista como pouco criteriosa, uma vez que não envolveu consulta às superintendências da Abin. Além disso, os notebooks funcionais só podem ser acessados dentro dos escritórios da agência, o que, segundo agentes, compromete a eficiência das operações de campo e pode incentivar o uso de aplicativos de mensagens menos seguros.

Restrições a Softwares

Outra mudança significativa foi a restrição ao uso de softwares e sistemas como o Infoseg e o Córtex, que são fundamentais para o trabalho de inteligência. Agora, para acessar esses dados, é necessário abrir um processo no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e obter aprovação do diretor da unidade, o que dificulta o trabalho dos agentes.

Investigações e Repercussões

As medidas coincidem com as investigações da "Abin paralela", que apuram a suposta espionagem de jornalistas e opositores do governo Bolsonaro. Os agentes da Abin sentem-se prejudicados por serem colocados na mesma categoria dos investigados e têm pressionado para que a cúpula da agência seja composta por profissionais de carreira.

A substituição da corregedora Lidiane Souza Santos por um delegado da PF foi vista como mais um movimento contrário aos interesses dos agentes de carreira. A Intelis, entidade que representa os servidores da Abin, expressou preocupação com possíveis conflitos de interesse e pediu que um servidor da Controladoria-Geral da União (CGU) fosse nomeado para o cargo.


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