Onda de Ataques Atinge Indígenas em Três Estados Brasileiros

Neste final de semana, uma série de ataques violentos atingiu comunidades indígenas em três estados brasileiros. Grupos Kaingang, Ava Guarani e Kaiowá foram atacados por bandos armados no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, resultando em feridos e grandes perdas materiais. Um missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também foi ameaçado.

Na madrugada de sábado (13), na comunidade Kaingang da Retomada Fág Nor, em Pontão, Rio Grande do Sul, homens armados incendiaram um veículo. Esses indígenas já haviam sofrido um ataque similar apenas cinco dias antes, após retornarem a uma área próxima ao seu território originário. Os Kaingangs exigem a retomada dos estudos de identificação e delimitação de suas terras, que estão paralisados pela Funai.

Na mesma noite, fazendeiros atacaram a comunidade Avá-Guarani Arapoty na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, em Terra Roxa, Paraná. Os agressores dispararam armas de fogo, incendiaram barracos e destruíram todos os alimentos das famílias indígenas. Esta comunidade já havia sofrido ataques no final de 2023 e em janeiro deste ano.

No domingo (14), fazendeiros iniciaram ataques armados contra os Guarani Kaiowá no território de Panambi – Lagoa Rica, em Douradina, Mato Grosso do Sul. Durante o confronto, um indígena foi baleado. Este território, reconhecido oficialmente em 2011, ainda enfrenta problemas com a demarcação paralisada e constantes ataques.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) destaca que, em 2015, comunicações interceptadas pelo Ministério Público Federal (MPF) revelaram que fazendeiros planejavam ataques articulados contra indígenas na região. A Aty Guasu, grande assembleia Guarani e Kaiowá, emitiu um pedido de socorro temendo um novo massacre.

### Ameaças a Missionário do Cimi

Na manhã de sábado (13), um missionário do Cimi Sul foi abordado e ameaçado por homens armados enquanto se dirigia a uma comunidade Avá Guarani no Oeste do Paraná. Ele conseguiu fugir, mas foi perseguido.

Estes incidentes destacam a vulnerabilidade das comunidades indígenas e a necessidade urgente de ações por parte das autoridades para proteger os direitos e a integridade física dessas populações.