Política Greve

Depois de servidores da educação, INSS ameaça governo com greve

Depois de meses de uma negociação difícil com servidores da educação superior, o governo Lula (PT) agora pena com a ameaça de greve de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Por Metrópoles

09/07/2024 às 02:52:31 - Atualizado há
Foto: Metrópoles

Depois de meses de uma negociação difícil com servidores da educação superior, o governo Lula (PT) agora pena com a ameaça de greve de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A paralisação é preocupante porque prejudica alguns dos principais serviços ofertados à população, como a concessão de aposentadorias e as análises de seguro-desemprego e auxílio-doença.

Uma greve neste momento pode prejudicar o pente-fino em auxílios, com revisão de dados e cadastros, para ajudar a equipe econômica no corte de gastos prometido. Isso porque a auditoria será feita por áreas da Previdência Social (à qual o INSS é vinculado), do Trabalho e do Desenvolvimento Social.

No fim de junho, a plenária da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) aprovou a deflagração de greve a partir do dia 16 de julho, próxima terça-feira, por tempo indeterminado.

Na última sexta-feira (5/7), após cerimônia de comemoração dos 34 anos do INSS, o presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, foi questionado sobre a ameaça de greve. Ele respondeu que as demandas são legítimas e ele mesmo esteve com os servidores discutindo a proposta para a categoria.

"É uma negociação. É claro que a proposta dada pelo governo melhorou. É uma proposta importante. É uma proposta que, somada ao que foi feito no ano passado pelo presidente Lula, será em 25 e 26 maior que a inflação", argumentou.

Ministério da Previdência Social e o Instituto Nacional do Seguro Social realizam cerimônia de aniversário em comemoração aos 34 anos do INSSPresidente do INSS, Alessandro StefanuttoMinistro da Previdência Social, Carlos Lupi

 

Sem conceder reajuste salarial em 2024, o governo alega que, somados os quatro anos do atual mandato Lula (2023-2026), os reajustes acumulados irão superar a inflação projetada para o período, que varia de 15% a 18%.

"Obviamente que todos estão ansiosos porque ficaram muito tempo sem ter sequer negociação. Não havia mesa de negociação", prosseguiu Stefanutto. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, então, interveio dizendo que o que havia era "medo", referindo-se ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

O governo Lula reinstalou, em 2023, a Mesa de Negociação com os servidores do Executivo federal, espaço de diálogo que reúne as entidades, sindicatos das categorias e representantes do governo. Na Mesa de Negociação, são discutidas pautas remuneratórias e não-remuneratórias.

Presidente do INSS reconhece entrega

Em sinal aos servidores da autarquia, o presidente do INSS disse que eles "realmente entregaram" resultados neste um ano e meio de gestão Lula. "Os servidores foram chamados a uma situação muito difícil que havia e eles entregaram. Eu não posso deixar de reconhecer isso para o governo. Agora, claro, existe uma questão fiscal que é importante. O país tem um arcabouço que precisa ser respeitado", completou.

O governo se esforça para atingir a meta de resultado primário (receitas menos despesas, sem contar os juros da dívida) estabelecida para 2024, que é de déficit zero. Como há um intervalo de tolerância (banda) de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), a meta será atingida mesmo se for registrado um rombo de até R$ 28,8 bilhões. Ainda com arrecadação em alta, o montante de despesas tem preocupado a equipe econômica.

Stefanutto indicou que há outras demandas que não dependem de recursos e que ele irá levar também ao governo tentando ajudar, para que não haja nenhum tipo de movimento paredista.

"[Greve] não é bom para a população e os servidores também não querem fazer. Os servidores sabem que é ruim para a população porque eles atendem no dia a dia", finalizou.

Proposta apresentada

Na última quarta-feira (3/7), ocorreu a terceira reunião da Mesa de Negociação da Carreira do Seguro Social, coordenada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Além do que foi concedido a todos os servidores em 2023 (9% de reajuste), a proposta aos servidores do INSS prevê 9,0% de reajuste em janeiro 2025 e 5,0% em abril de 2026 para os três níveis (superior, intermediário e auxiliar).

Para os níveis superior e intermediário, é proposto ainda o alongamento da carreira de 17 padrões para 20 padrões e 4 classes.

Na ocasião, os representantes do governo também propuseram a extinção da GAE, uma gratificação que existe há 30 anos e que determina que todo o aumento no vencimento básico (VB) tem que ser multiplicado por 160%. Em substituição à GAE, o governo propõe a Gratificação de Atividade. A troca foi mal recebida pela categoria.

Segundo a Fenasps, nesta proposta, mais de 50 mil aposentados e pensionistas podem ter as gratificações congeladas, mesmo que tenham se aposentado com paridade, isso porque o governo apenas indica reajuste no vencimento básico, se aposentado com paridade.

Fonte: Metrópoles
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