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No Dia da Mata Atlântica, menor desmatamento não é noticia tão boa

Desmatamento flagrado em Guaratuba | foto: IAT/Divulgação Hoje, 27 de maio, Dia Nacional da Mata Atlântica foram divulgados dados positivos da queda de 27% no desmatamento do bioma no ano passado, em relação a 2022.

Por Da Redação

27/05/2024 às 18:44:48 - Atualizado há
Desmatamento flagrado em Guaratuba | foto: IAT/Divulgação

Hoje, 27 de maio, Dia Nacional da Mata Atlântica foram divulgados dados positivos da queda de 27% no desmatamento do bioma no ano passado, em relação a 2022. A redução, ocorrida em 12 dos 17 estados da região onde se encontra o ecossistema, deve-se muito ao aumento de fiscalização, diz o governo federal e ecoam os governos em alguns estados, chamando para si o mérito.

Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que costumam estar entre os que lideram o ranking de derrubadas, desta vez se destacaram positivamente, com queda de, respectivamente, 57%, 78% e 86% nas taxas.

Mas não é bem assim

Mas os resultados não são tão bons se a gente olhar atentamente para os números. Houve menos desmatamento, mas não houve recuperação da floresta, que é o que o meio ambiente precisa.

O Paraná, por exemplo, desmatou menos que no ano anterior, mas mesmo assim foi um dos estados que mais desmatou. Foram 633 hectares derrubados, o que coloca o estado em 5º lugar no desmatamento. Santa Catarina, por exemplo, também um dos líderes históricos de destruição da Mata Atlântica desmatou 52 hectares, e o Rio Grande do Sul, 149 hectares.

Outra má notícia é que a queda foi apontada no Atlas da Mata Atlântica, que monitora áreas superiores a três hectares em florestas maduras, que constituem 12% do bioma. Ele revelou que o desmatamento no bioma caiu de 20.075 hectares em 2022 para 14.697 em 2023 – uma redução de 27%.

A Mata Atlântica, entretanto, inclui ainda regiões em recuperação ou em estágios iniciais de desenvolvimento, que cobre outros 12%. Essa é a abrangência do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, que é capaz de detectar desmatamentos a partir de 0,3 hectare.

Segundo o SAD o desflorestamento total saltou de 74.556 para 81.356 hectares entre 2022 e 2023.

O SAD revela que o Paraná desmatou 1.180 em 2023, bem menos que os 4.005 hectares de 2022, mas um número preocupante na derrubada da mata original do território paraense.

Bioma segue em risco crescente

A Mata Atlântica, que abrange 15% do território nacional, abrigando 72% da população e 80% do PIB do Brasil. O bioma é essencial para serviços ambientais como regulação climática e segurança hídrica.

Apesar da proteção legal, com lei especial única, a Mata Atlântica segue ameaçada, com apenas 24% de sua cobertura florestal original restante e com redução constante, em maior ou menos velocidade.

Os dados completos e detalhados estão disponíveis no relatório do Atlas da Mata Atlântica 2022-2023 e no painel do SAD Mata Atlântica. Tanto o Atlas quanto o SAD têm execução técnica da Arcplan.

Fontes: Agência Gov e SOS Mata Atlântica

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