E ampliação da faixa etária para vacinação no Paraná
Também apresentou um requerimento solicitando ao governador Ratinho Junior e ao secretário de Saúde, Beto Preto, a ampliação da faixa etária mínima para a imunização contra a Hepatite A nas unidades de atendimento à saúde pública, diante do aumento significativo de casos notificados da doença.
De acordo com dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (Hepatites Virais/2022), o Paraná figura entre as unidades da federação com maior incidência de casos de Hepatite A, representando 7,3% de todos os casos do país. Além disso, em 2024, até o mês de abril, o Paraná registrou um aumento expressivo de 85% nos casos confirmados de Hepatite A em comparação ao ano inteiro de 2023, conforme indicado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. A maior parte das notificações concentra-se na Região Metropolitana de Curitiba.
"Estamos fazendo duas propostas, ambas incentivadas pelo caso da Nikole e de outros paranaenses que lutaram contra a doença, e na busca de aperfeiçoarmos as ações públicas sobre o tema no Paraná. A primeira é a Campanha Nikole Bozza, a ser realizada em julho, mês esse que é dedicado à conscientização e prevenção das hepatites virais no Brasil, o "Julho Amarelo".
O objetivo é promover ações visando a prevenção, diagnóstico e tratamento por meio de palestras, seminários, eventos educativos, elaboração e distribuição de materiais educativos e a ampla divulgação em veículos de comunicação. A hepatite é uma doença silenciosa, as pessoas precisam ficar atentas", reforçou o Deputado Cobra Repórter.
A outra proposta é a ampliação da faixa etária para a aplicação da vacina na rede pública, que atualmente atende exclusivamente crianças de até 5 anos, pessoas com doenças crônicas, portadores de HIV, outras doenças hepáticas e grupos prioritários específicos, visando impedir o avanço da doença no Paraná e proteger a população paranaense.
Cobra Repórter lembra ainda que, infelizmente, muitos desses casos resultam da falta de conscientização social sobre a seriedade das hepatites virais e das medidas preventivas necessárias.
CASO NIKOLE - De acordo com o relato do pai da jovem Nikole Bozza, Edson Martins Lecheta, o atendimento precário e o diagnóstico tardio foram fatores que contribuíram para o lamentável desfecho.
A jovem era uma paciente que desde novembro de 2023 buscava atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Sistema Único de Saúde (SUS), enfrentou a dura realidade do sistema de saúde. Apesar de ter procurado atendimento quatro vezes, a demora e a sobrecarga do sistema, agravadas por surtos de H1N1, Covid-19 e Dengue, resultaram em um diagnóstico tardio e fatal.
A falta de laboratórios nas UPAs atrasou os resultados dos exames de sangue necessários para o diagnóstico. Durante o Carnaval, ela foi inicialmente diagnosticada com suspeita de Dengue, depois Leptospirose, e finalmente Hepatite A. Durante esse tempo, permaneceu em um ambiente coletivo, sem receber medicação ou alimentação adequadas.
A situação se agravou a tal ponto que Nikole precisou ser transferida para a UTI do Hospital de Clínicas. No entanto, a busca por uma vaga em um hospital durante o feriado provou ser um desafio. Na UTI, Nikole foi submetida a novos exames e entrou em processo de diálise devido ao mau funcionamento do fígado e dos rins.
A gravidade da situação levou a arquiteta ao topo da fila nacional para um transplante de fígado. Infelizmente, o primeiro órgão disponível foi descartado devido à idade do doador e à falta de algumas veias e válvulas. A moça voltou para a fila de transplante, mas seu estado se deteriorou rapidamente e ela faleceu antes que um novo órgão pudesse ser encontrado.