Podcast Crianças Sabidas: 60 anos do golpe militar de 1964
A Radioagência Nacional lança o segundo episódio do podcast Crianças Sabidas, com jornalismo voltado para o público infantil.
Por Da Redação 20/04/2024 às 09:20:39 - Atualizado há
A Radioagência Nacional lança o segundo episódio do podcast Crianças Sabidas, com jornalismo voltado para o público infantil. Neste episódio, 60 anos do golpe militar de 1964 , a jornalista Akemi Nitahara, que é autora da série de livros infantis Naomi e Anita, conta sobre o golpe e suas consequencias para o país por meio de músicas compostas na época.
Por exemplo utizando a música Cálice ou Cale-se, o podcast conta sobre a censura que os artistas, jornalistas, escritores e até professores sofriam. As pessoas não podiam se expressar livremente. E, principalmente, não podiam questionar o governo militar.
A Fabiola Camargo, mestre, especialista em polícias políticas e professora da rede pública de ensino detalha como o autor da canção elaborou a metáfora:
"Nessa música do Chico Buarque, ele usou uma metáfora, que significa usar uma palavra para explicar outra palavra. Nesse caso, com a palavra cálice, que é o tipo de um copo de vinho, foi usado para explicar que as pessoas estavam sendo caladas, não podiam dizer o que pensavam. Foram mulheres, professores, estudantes, operários, jornalistas, ninguém podia discordar do governo."
As prisões políticas, torturas, a resistência, os atos institucionais e a epressão são explicados de forma didática e simples, como neste trecho em que a professora Fabíola explica os desaparecimentos, as prisões e as torturas:
"Pessoas foram presas, machucadas ou sumiram. Muitas pessoas ninguém nunca mais encontrou. Mães, filhos, sobrinhos, amigos, amigas desapareceram. O governo mandava prender e machucar, como forma de deixar o povo calado."
E o exílio também não ficou de fora: "Muitas pessoas foram exiladas mesmo, se mudavam para fora do Brasil, pois eram acusadas de ir contra o governo, né. Não podiam se expressar, não podiam dizer o que pensavam, nem sentiam. Esse foi o caso de muitos músicos, artistas, como Caetano Veloso, Chico Buarque e até o educador Paulo Freire, né, que foi um importante educador no Brasil e para o mundo também."
Tudo isso trilhado com músicas da época que recontam com poesia esta história.
LOCUTOR: 60 ANOS DO GOLPE MILITAR DE 1964
MÚSICA APESAR DE VOCÊ, CHICO BUARQUE🎶 Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão, não A minha gente hoje anda Falando de lado e olhando pro chão Viu? Você que inventou esse Estado Inventou de inventar Toda escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar o perdão CAI A BG MADU: Nossa! Falou, tá falado. Não tem discussão... não pode discordar? Ter uma opinião diferente? AKEMI: Pois é Madu... hoje vamos falar dessa "página infeliz da nossa história" MÚSICA VAI PASSAR, CHICO BUARQUE 44' Num tempo Página infeliz da nossa história Passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia A nossa pátria-mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações SOM DE FREIO 🎶 MADU: Espera aí!! Antes vamos nos apresentar, né? AKEMI: Ih, é mesmo. É que hoje a gente vai falar de tanta música bonita e que ao mesmo tempo trazem histórias tristes que eu me empolguei. Eu sou Akemi Nitahara, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação, e voltamos com o podcast Crianças Sabidas. MADU: Eu sou a Maria Eduarda, tenho nove anos e sou a perguntadeira. Então, qual o tema de hoje? Que tempo foi esse que as pessoas falavam de lado e o Estado era uma escuridão? AKEMI: Foi um golpe que aconteceu há 60 anos, Madu... MADU: (interrompendo) 60 anos também é mais velho que a minha avó!! Que nem aquela declaração dos direitos humanos que a gente falou no primeiro episódio desse podcast. AKEMI: Isso, e esse também tem muito a ver com os Direitos Humanos. Ou melhor, com o desrespeito aos Direitos Humanos, né? Foi o Golpe Militar, que aconteceu na madrugada do dia 31 de março para primeiro de abril de 1964, e instituiu uma ditadura no Brasil que durou 21 anos. MADU: Nossa, 21 anos é muuuuuito tempo! É a idade da minha tia, que já está na faculdade! As pessoas passaram esse tempo todo sem poder discutir nada? Era "falou tá falado" mesmo?
MÚSICA COMPORTAMENTO GERAL, GONZAGUINHA 🎶
Você deve aprender a baixar a cabeça E dizer sempre muito obrigado São palavras que ainda te deixam dizer Por ser homem bem disciplinado Deve, pois, só fazer pelo bem da nação Tudo aquilo que for ordenado CAI A BG AKEMI: Pois é, foram tempos bem complicados, como já ouvimos aqui com o Gonzaguinha e o Chico Buarque... mas os artistas falaram bastante. E sofreram maus bocados por causa disso. Vamos tocar algumas músicas da época e trazer uma convidada pra ajudar a gente a explicar melhor essa história. FABÍOLA: Eu sou Fabiola Camargo, sou professora de História da Rede Pública e no mestrado eu estudei sobre polícias políticas. SOBE SOM: Parte vocal inicial de Cálice LOCUTOR: Parte 1: Censura
MÚSICA CÁLICE CHICO BUARQUE E MILTON NASCIMENTO🎶 Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Quero lançar um grito desumano Que é uma maneira de ser escutado Esse silêncio todo me atordoa Atordoado eu permaneço atento Na arquibancada pra a qualquer momento Ver emergir o monstro da lagoa Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
MADU: Mas é cálice de vinho ou cale-se de ficar calado? AKEMI: Esse é o jogo de palavras da música, Madu. Fala da censura que os artistas, jornalistas, escritores e até professores sofriam. As pessoas não podiam se expressar livremente. Principalmente, não podiam questionar o governo militar. FABÍOLA: Nessa música do Chico Buarque, ele usou uma metáfora, que significa usar uma palavra para explicar outra palavra. Nesse caso, com a palavra cálice, que é o tipo de um copo de vinho, foi usado para explicar que as pessoas estavam sendo caladas, não podiam dizer o que pensavam. Foram mulheres, professores, estudantes, operários, jornalistas, ninguém podia discordar do governo. SOBE SOM: MÚSICA ACORDA AMOR, CHICO BUARQUE🎶 Acorda amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente lá fora Batendo no portão, que aflição
LOCUTOR: Parte 2: Repressão MÚSICA TERRA, CAETANO VELOSO 🎶 Quando eu me encontrava preso Na cela de uma cadeia Foi que eu vi pela primeira vez As tais fotografias Em que apareces inteira Porém lá não estavas nua E sim, coberta de nuvens Terra, terra! Por mais distante O errante navegante Quem jamais te esqueceria?
MADU: Preso mesmo? Por que prenderam o Caetano Veloso? Ele cometeu algum crime? AKEMI: No caso do Caetano, a acusação foi que ele tinha desrespeitado o Hino Nacional, cantando o verso em ritmo de Tropicália. Mas ele mesmo falou que isso é impossível, porque o número de versos não cabe na música. SOBE SOM TROPICÁLIA 🎶
Sobre a cabeça, os aviões
Sob os meus pés, os caminhões Aponta contra os chapadões Meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o Carnaval Eu inauguro o monumento No Planalto Central do país
AKEMI: Percebeu? Sobre a cabeça os aviões... Ouviram do Ipiranga as margens plácidas... as estrofes do Hino são maiores que as da Tropicália. Então, as desculpas para prender as pessoas eram as mais malucas e absurdas. Mas a repressão não atingiu só os artistas, né Fabiola? FABÍOLA: Verdade, Akemi. Pessoas foram presas, machucadas ou sumiram. Muitas pessoas ninguém nunca mais encontrou. Mães, filhos, sobrinhos, amigos, amigas desapareceram. O governo mandava prender e machucar, como forma de deixar o povo calado. AKEMI: Mas qual era a justificativa para prender essas pessoas? FABÍOLA: Às vezes a justificativa não era pautada em algum motivo concreto, mas houve diversos atos institucionais, que eram medidas para calar as pessoas, fechar congresso, impedir partidos políticos de funcionar. SOBE SOM DIVINO MARAVILHOSO, GAL COSTA 🎶 Atenção Tudo é perigoso Tudo é divino, maravilhoso Atenção para o refrão, uau! É preciso estar atento e forte Não temos tempo de temer a morte É preciso estar atento e forte Não temos tempo de temer a morte
LOCUTOR: Parte 3: Resistência MÚSICA PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES, GERALDO VANDRÉ 🎶
Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer MADU: Ah, então teve resistência! O que as pessoas que não concordavam com a ditadura militar faziam? AKEMI: Então, tinha muita denúncia por parte dos artistas, os estudantes faziam atos e reuniões... E também teve os grupos que se organizaram para combater o governo mesmo. FABÍOLA: É, é isso mesmo. Por exemplo, naquele momento histórico, o governo civil militar fez diversos decretos para que as pessoas não tivessem mais direitos, desfazendo organizações, partidos, mas o povo continuou a se organizar em sindicatos, grêmios, para lutar de alguma forma contra a violência que estavam vivendo, escrevendo jornais, se comunicando, denunciando dentro e fora do Brasil. AKEMI: Até a União Nacional dos Estudantes também, né, foi perseguida e foi dissolvida, né? FABÍOLA: Isso, a UNE também foi perseguida, os estudantes foram muito violentados nesse momento.
SOBE SOM AQUELE ABRAÇO, GILBERTO GIL 🎶 Alô, moça da favela, aquele abraço Todo mundo da Portela, aquele abraço Todo mês de fevereiro, aquele passo Alô, banda de Ipanema, aquele abraço Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço A Bahia já me deu régua e compasso Quem sabe de mim sou eu, aquele abraço Pra você que meu esqueceu, aquele abraço Alô, Rio de Janeiro, aquele abraço Todo o povo brasileiro, aquele abraço
LOCUTOR: Parte 4: Exílio MÚSICA MEU CARO AMIGO, CHICO BUARQUE 🎶 Meu caro amigo, me perdoe, por favor Se eu não lhe faço uma visita Mas como agora apareceu um portador Mando notícias nessa fita Aqui na terra tão jogando futebol Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll Uns dias chove, noutros dias bate Sol Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
MADU: Pra quem o Chico escreveu essa música? AKEMI: A música é dele e do Francis Hime. Eles escreveram para o Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, que estava exilado em Portugal. Na letra ele fala também que "o correio andou arisco", é porque as cartas podiam ser abertas, então não era seguro mandar nada escrito. Por isso ele fala que manda uma fita. MADU: O que é fita? AKEMI: Ih, verdade, não é do seu tempo, né? Antes de existir CD... MADU: CD eu até já vi, aqui mesmo na Rádio Nacional, mas também nem tenho mais onde escutar... AKEMI: É mesmo... então, sabe uma mensagem de áudio que você manda pelo WhatsApp? É mais ou menos isso. Uma fita cassete dava pra gravar em casa e não quebrava fácil, então era uma forma de enviar mensagens gravadas naquele tempo, pelo correio mesmo. E também era uma forma de gravar seleções de música pra dar de presente... não tinha isso de lista no Spotity. Eu mesma, ganhei uma fita tem mais de 20 anos e estou casada com ele até hoje.
MÚSICA MARIA BETHANIA, CAETANO VELOSO🎶
Maria Bethânia Please, send me a letter I wish to know things are getting better Beta, Beta, Beta, Beta, Bethânia MADU: Maria Bethania é a irmã do Caetano, né? AKEMI: Isso, ele estava em Londres e pede para a irmã enviar uma carta, na esperança de ter notícias de que as coisas estivessem melhor no Brasil. FABÍOLA: Muitas pessoas foram exiladas mesmo. Eram expatriadas ou se mudavam para fora do Brasil, pois eram acusadas de ir contra o governo. Não podiam se expressar, não podiam dizer o que pensavam, nem sentiam. Esse foi o caso de muitos músicos, artistas, como Caetano Veloso, Chico Buarque e até o educador Paulo Freire, né, é, que foi um importante educador no Brasil e para o mundo também. AKEMI: Paulo Freire é um dos pesquisadores brasileiros mais utilizados no mundo todo, né? Pedagogia do Oprimido. FABÍOLA: Isso, e ele, quando veio o golpe, ele estava com um programa de educação de jovens e adultos, né? Então, ele conseguia alfabetizar em um tempo recorde e estava no Ministério da Educação naquele momento. E aí foi retirado desse cargo do governo. AKEMI: Paulo Freire atualmente é o patrono da educação brasileira, né? FABÍOLA: Sim, é o patrono nosso.
MÚSICA BACK IN BAHIA, GILBERTO GIL 🎶
Lá em Londres, vez em quando me sentia longe daqui Vez em quando, quando me sentia longe, dava por mim Puxando o cabelo Nervoso, querendo ouvir Celly Campelo pra não cair Naquela fossa Em que vi um camarada meu de Portobello cair Naquela falta De juízo que eu não tinha nem uma razão pra curtir Naquela ausência De calor, de cor, de sal, de sol, de coração pra sentir Tanta saudade Preservada num velho baú de prata dentro de mim
MADU: Se aconteceram coisas tão ruins nessa época, por que a gente ainda fica lembrando disso tudo? Não era melhor deixar pra lá? AKEMI: Nããão, Madu! Tem um lema do grupo Tortura Nunca Mais que fala assim: "para não se esquecer, para nunca mais acontecer". FABÍOLA: Exatamente, se esquecemos o que vivemos no passado, podemos viver a mesma situação novamente, mesmo que de outras formas, então precisamos lembrar dos acontecimentos históricos que são tristes para que essas situações não aconteçam mais. AKEMI: Na Alemanha, eles têm um trabalho muito forte de explicar o que foi o nazismo, como é que eles fizeram mal né, essa ideologia, prendeu muita gente, matou muita gente, para que as pessoas, mesmo na Alemanha, entendam que aquilo foi ruim, né? FABÍOLA: Sim, aqui a gente tem vários projetos de museu da repressão, museu sobre a escravidão, que também são importantes para a nossa memória.
SOBE SOM VAI (MENINA, AMANHÃ DE MANHÃ), TOM ZÉ 🎶 Menina, amanhã de manhã Quando a gente acordar Quero te dizer que a felicidade vai Desabar sobre os homens, vai Desabar sobre os homens, vai Desabar sobre os homens
AKEMI: Para encerrar, eu quero relembrar uma fala da ex-presidenta Dilma Rousseff. Ela foi uma das pessoas presas e torturadas pela ditadura e há 10 anos, quando foram lembrados os 50 anos do golpe, ela falou exatamente da importância de se manter viva a memória dos tempos sombrios para que eles não ocorram de novo. SONORA DILMA 2014: A grande Hannah Arendt escreveu um dia que toda a dor humana pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história. A dor que nós sofremos, as cicatrizes visíveis e invisíveis que ficaram nesses anos, elas podem ser suportadas e superadas, porque hoje temos uma democracia sólida e podemos contar nossa história. Se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca, mas nunca mesmo pode existir uma história sem voz. E quem dá a voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la. E acrescento, quem dá voz à história somos cada um de nós, que no nosso cotidiano afirma, protege, respeita e amplia a democracia em nosso país.
SOBE SOM VAI (MENINA, AMANHÃ DE MANHÃ), TOM ZÉ 28" Menina, ela mete medo Menina, ela fecha a roda Menina, não tem saída De cima, de banda ou de lado Menina, olhe pra frente, oi Menina, todo cuidado Não queira dormir no ponto Segure o jogo, atenção (de manhã) CRÉDITOS MADU: Esse foi o segundo episódio do Podcast Crianças Sabidas, uma produção da Radioagência Nacional. Hoje falamos dos 60 anos do golpe militar de 1964. AKEMI: A produção, reportagem, roteiro e montagem foram minhas, Akemi Nitahara. MADU: Utilizamos as músicas do Chico Buarque Apesar de Você, Vai Passar, Acorda amor, Meu Caro Amigo e Cálice. Do Caetano Veloso entraram Terra, Tropicália, Maria Bethania e Divino Maravilhoso, na voz de Gal Costa. Também tocamos trechos de Comportamento Geral, do Gonzaguinha; Pra não dizer que não falei das flores, do Geraldo Vandré; Aquele Abraço e Back In Bahia, do Gilberto Gil; e Vai (Menina, amanhã de manhã), do Tom Zé. AKEMI: Coordenação de processos e edição de Beatriz Arcoverde. Gravação de Tony Godoy e Josemar França Identidade sonora e sonoplastia de Jailton Sodré. MADU: Eu sou a Maria Eduarda, a perguntadeira! Acho que vou continuar participando desse podcast, tô achando muito legal! AKEMI: Nós também adoramos sua participação, Madu! Agradecemos também a professora Fabíola, que ajudou a gente hoje. Obrigada a você que nos acompanhou até aqui. No primeiro episódio do Crianças Sabidas, falamos dos 75 anos da Declaração dos Direitos Humanos. Conheça também outras produções da Radioagência Nacional, como as três temporadas do Histórias Raras e o especial com entrevistas sobre os 50 anos da cultura Hip Hop. Está tudo disponível nos tocadores de áudio e com interpretação em Libras no Youtube. Até a próxima!
SOBE SOM TOM ZÉ 🎶
Em breveEm breve
Produção, reportagem, roteiro e montagem
Akemi Nitahara
Narração
Akemi Nitahara e Maria Eduarda Arcoverde
Coordenação de processos e edição
Beatriz Arcoverde
Implementação na Web:
Beatriz Arcoverde
Identidade visual e design:
Caroline Ramos
Interpretação em Libras:
Equipe EBC
Identidade sonora e a sonoplastia
Jailton Sodré
Canções e compositores
Utilizamos as músicas do Chico Buarque Apesar de Você, Vai Passar, Acorda amor, Meu Caro Amigo e Cálice. Do Caetano Veloso entraram Terra, Tropicália, Maria Bethania e Divino Maravilhoso, na voz de Gal Costa. Também tocamos trechos de Comportamento Geral, do Gonzaguinha; Pra não dizer que não falei das flores, do Geraldo Vandré; Aquele Abraço e Back In Bahia, do Gilberto Gil; e Vai (Menina, amanhã de manhã), do Tom Zé.