Operação Aifa no bairro Beira Rio | foto: MPF/PR O Ministério Público Federal (MPF) participou, nesta sexta-feira (12), de mais uma operação de demolição de construções irregulares em áreas de mangue, desta vez no bairro Beira Rio, em Paranaguá.
O Ministério Público Federal (MPF) participou, nesta sexta-feira (12), de mais uma operação de demolição de construções irregulares em áreas de mangue, desta vez no bairro Beira Rio, em Paranaguá. É a oitava fase da Ação Integrada de Fiscalização Ambiental (Aifa).
De acordo com o MPF, durante a operação, foram encontrados material de restos de obra utilizados em aterro. "Além disso, havia uma grande quantidade de lixo, utilizado para aterrar o manguezal. Um filhote de cachorro chegou a ser resgatado do meio do lixo."
Também foram encontrados muros que demarcavam casas a serem construídas. Foram destruídas casas já prontas para morar, "embora desocupadas", garante o MPF.
Na operação participaram ainda a Prefeitura de Paranaguá, Guarda Municipal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar do Paraná, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e IAT (Instituto Água e Terra). A Copel (Companhia Paranaense de Energia) esteve presente para retirar fios de energia já ligados nas construções que foram demolidas.
A ação de fiscalização foi objeto de recomendação administrativa, por parte do MPF e do Ministério Público do Paraná, à Prefeitura de Paranaguá em junho de 2023, visando à demolição imediata de construções não ocupadas dentro de áreas de invasão. À Copel e Sanepar foram recomendados o desligamento de energia e água nas áreas de invasão de mangues.
De acordo com o MPF, a Aifa visa "remover construções irregulares localizadas nos manguezais" e que "as demolições se restringem, nesta fase da operação, às casas não habitadas e aterros".
Moradores denunciam que algumas demolições aconteceram enquanto eles estavam fora de casa. Em pelo menos dois casos, os moradores afirmam que estavam viajando a trabalho.
A denúncia de que comunidades caiçaras estão sendo atingidas chegou ao Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania pelas mãos de um atingido, o mestre fandangueiro Aorelio Domingues de Borba, do grupo Mandicuera.
Apesar das críticas, o MPF informa que a operação tem o objetivo de atuar de forma permanente e periódica na região, promovendo demolições e impedindo que novas ocupações ocorram. O MPF ainda informa que a Aifa vem ganhando cada vez mais força e abrangência.