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Frente do ELN encerra 'greve armada' iniciada após denúncia de conluio entre Exército e paramilitares na Colômbia

A frente do grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) que atua no departamento de Chocó, na região oeste da Colômbia, encerrou nesta quarta-feira (14) a chamada "greve armada" que havia implementado na região.

Por Da Redação

14/02/2024 às 14:12:56 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

A frente do grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) que atua no departamento de Chocó, na região oeste da Colômbia, encerrou nesta quarta-feira (14) a chamada "greve armada" que havia implementado na região. A medida foi tomada pela Frente de Guerra Ocidental Omar Gómez e teve como justificativa um suposto acordo entre militares e paramilitares na região que, segundo o grupo, impede a "circulação de pessoas e alimentos", além de utilizar a população local como "escudo humano".

"Continuamos a denunciar o conluio entre militares e paramilitares na região. Por este motivo, decretamos uma greve armada por tempo indeterminado nos rios San Juan, Sipí e Cajón, a partir das 00h00 do dia 10 de fevereiro. [...] Convidamos a população a abster-se de se deslocar para evitar incidentes" disse o grupo, em comunicado publicado no dia 8 de fevereiro.

A medida, na prática, interrompeu temporariamente o cessar-fogo assinado entre o ELN e o governo em Cuba no dia 6 de fevereiro. Os diálogos de paz com o ELN foram retomados na Colômbia após a posse do presidente Gustavo Petro, que busca implementar uma política de paz com os grupos guerrilheiros remanescentes na Colômbia.

De acordo com a frente do ELN em Chocó, a interrupção na trégua se justificou pela "presença do paramilitarismo contra a humilde população deste território, em complacência com a força pública que atua na região".

Já nesta segunda-feira (12), o grupo anunciou o fim da "greve" e disse que a medidas foi tomada para se proteger, já que militares colombianos teriam desobedecido as negociações de paz e realizado ação conjunta com grupos paramilitares na região.

O Comando Central do ELN também emitiu uma nota dizendo que a frente ocidental não age de maneira independente e respaldou a decisão dos gurrilheiros, afirmando que "a greve armada em Chocó [...] é uma medida de proteção contra as operações de agressão e hostilidade orientadas e apoiadas pelos militares e executadas pelos grupos paramilitares contra as comunidades".

"Nos solidarizamos com a difícil situação que enfrentam diariamente no território, que há décadas querem tirar-lhes através da criminalidade, da barbárie, dos abusos e de todas as humilhações que tiveram de enfrentar continuamente durante anos. Os verdadeiros culpados são o Estado e as suas forças militares e paramilitares, por uma política que vai contra a vida digna destas comunidades", afirmava o documento.

O texto também dizia que o governo mentiu ao falar sobre uma possível pacificação da região. "As autoridades estatais afirmam não ter conhecimento de quaisquer combates na região de San Juan; não mintam ao país, pois é isso que impede que haja esperanças encorajadoras de paz no futuro".

Governo reage

O governo de Gustavo Petro contestou a ação e disse que o grupo estava violando o cessar-fogo. De acordo com o Alto Comissário para a Paz, Otty Patiño, as declarações e medidas tomadas pelo ELN desrespeitam os documentos assinados no sexto ciclo de debates realizado em Havana, Cuba, ainda em janeiro e "ameaça a vida, os direitos, as liberdades dos habitantes do departamento, o exercício dos governos eleitos democraticamente e o mandato das autoridades comunitárias".

O diálogo permanente com os grupos armados é uma das políticas implementadas por Petro desde o início do seu mandato em 2022. O presidente transformou a Paz Total em uma política de Estado a partir da aprovação da lei 418, que firma o compromisso do Estado colombiano em manter contato para negociar o fim dos confrontos entre esses grupos.

No documento de sete pontos assinado por ambas as partes o ELN firmou o compromisso de "suspender unilateral e temporariamente as retenções econômicas", ou seja, a prática de sequestros que a organização realiza para se financiar. O grupo acrescenta também que "o progresso desse compromisso está vinculado ao progresso dos acordos como um todo e à resolução dos fatores críticos que os afetam".

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