PolĂ­tica

Denúncia contra Flávio Bolsonaro por 'rachadinha' volta a andar na Justiça do Rio

Por Correio 24 Horas

06/08/2021 às 13:39:20 - Atualizado hĂĄ

Parado desde que chegou ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), em novembro de 2020, a denĂșncia contra o senador FlĂĄvio Bolsonaro (Patriota-RJ) voltou a andar. Ele é acusado de peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa no caso das "rachadinhas" - o desvio de salĂĄrios dos próprios assessores. Outras 16 pessoas, incluindo o suposto operador FabrĂ­cio Queiroz, foram denunciadas na mesma peça.

No inĂ­cio deste ano, a defesa do ex-deputado estadual conseguiu a anulação da quebra dos sigilos bancĂĄrio e fiscal dele e de outros investigados. Autorizada pelo juiz FlĂĄvio Itabaiana Nicolau em abril de 2019, a decisão das quebras foi a primeira medida cautelar da investigação e ajudou a embasar, com mais provas, as suspeitas do MP. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), contudo, entendeu que a decisão havia sido mal fundamentada e a anulou.

Agora, o MP decidiu não aguardar o desfecho dos recursos pendentes na Corte. Pediu à Justiça do Rio a validação de provas que não tenham relação direta com a quebra de sigilo. São depoimentos e a delação de uma ex-assessora, Luiza Souza Paes, que confirmou a existĂȘncia do esquema de desvios. A desembargadora Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo concordou, no dia 30 de junho, com os argumentos da acusação. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão.

Com isso, na prĂĄtica, a denĂșncia passa a valer - mesmo que enfraquecida pela suspensão de provas especĂ­ficas. A advogada de FlĂĄvio Bolsonaro, Luciana Pires, afirmou que estĂĄ aguardando a notificação oficial da decisão para reclamar no STJ. Ela considera a movimentação equivocada, jĂĄ que hĂĄ recursos do MP pendentes em BrasĂ­lia.

"O próprio Ministério PĂșblico havia se manifestado no sentido de se aguardar o desfecho dos recursos que pedem a anulação total do processo, antes de nova denĂșncia. Decerto a defesa reclamarĂĄ ao STJ a preservação da autoridade do seu julgamento que determinou a exclusão de todas as provas contaminadas pelo afastamento dos sigilos fiscal e bancĂĄrio. A notificação serĂĄ respondida assim que chegar ao nosso conhecimento", disse.

Foro privilegiado
Além da anulação da quebra de sigilo, outra decisão fez com que a denĂșncia contra o senador ficasse parada por tantos meses. FlĂĄvio Bolsonaro conseguiu o direito a foro privilegiado no Órgão Especial do TJ - onde tramita a denĂșncia -, via decisão da Justiça do Rio. O MP, porém, recorreu ao STF, que ainda não julgou os argumentos. Uma eventual vitória da acusação na Corte poderia levar o processo de volta para a primeira instância. Foi lĂĄ que todas as medidas cautelares pré-denĂșncia foram tocadas até meados do ano passado. O Órgão Especial tem uma ação que não sabe se continuarĂĄ com ele. E cujas provas também estão colocadas em xeque pelo imbróglio que envolve a quebra de sigilo


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