O ano deve terminar com a Selic em 11,75%. Expectativa de mercado aponta para um patamar de 9,75% para 2024
Nesta semana, o Banco Central está programado para anunciar o quarto consecutivo corte na taxa básica de juros, a Selic. De acordo com as expectativas predominantes no mercado e as indicações da autoridade monetária, a redução será de 0,5 ponto percentual.
Dessa forma, a Selic passará de 12,25% para 11,75% ao ano, alcançando o nível mais baixo desde março de 2022, quando também estava em 11,75%.
Esta será a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2023. O comitê se reúne a cada 45 dias para deliberar sobre a direção da taxa básica da economia.
Enquanto a expectativa é que a Selic termine este ano em 11,75%, as projeções do mercado para o próximo ano indicam uma taxa de 9,25%, conforme o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central.
O governo almeja uma taxa ainda mais baixa. No último sábado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que as medidas apresentadas ao Congresso para o ajuste fiscal e correções tributárias, juntamente com a promulgação da Reforma Tributária sobre o consumo, criam um ambiente que "exige" a redução da taxa básica de juros.
Haddad, ao ser questionado publicamente, evita determinar um número considerado ideal pela Fazenda, mas fornece indicações. Ele criticou, por exemplo, o fato de a Selic encerrar o ano em 11,75%, enquanto a inflação se aproxima de 4%.
Na última ata do Copom, que detalha a decisão sobre a taxa de juros, os nove membros, incluindo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, "preveem" cortes de 0,50 ponto percentual "nas próximas reuniões". Eles também consideram que esse "ritmo é apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário".
O corte está indicado para pelo menos as duas próximas reuniões, conforme interpretado pelo próprio Campos Neto em uma palestra na última semana. A taxa básica permaneceu inalterada em 13,75% de agosto de 2022 a agosto de 2023.