Os dados mais recentes do Instituto Locomotiva revelam um aumento no endividamento dos brasileiros, especialmente no que diz respeito ao cartão de crédito.
Os dados mais recentes do Instituto Locomotiva revelam um aumento no endividamento dos brasileiros, especialmente no que diz respeito ao cartão de crédito. Segundo a pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 60% das pessoas endividadas apontam o cartão como sua principal fonte de dívida, representando um aumento em relação aos 56% de 2022 e aos 49% do ano anterior.
O governo federal tentou, sem êxito, chegar a um acordo com os bancos para reduzir as taxas do rotativo do cartão de crédito, que é conhecido por ter as maiores taxas de juros. Diante desse impasse, o Congresso determinou que os juros nessa modalidade não devem ultrapassar 100% da dívida, a menos que o setor adote uma autorregulação até o final do ano.
A pesquisa identifica que a falta de planejamento, a perda de emprego e gastos imprevistos com saúde são os principais motivos para o endividamento. Os atrasos nos pagamentos de empréstimos bancários e financeiros vêm em segundo lugar, representando 43% das fontes de inadimplência, um aumento em relação aos 40% do ano passado.
O cheque especial é o terceiro maior contribuinte para o endividamento, com uma parcela de 19%, embora tenha havido uma queda em comparação com anos anteriores. As contas de luz, gás e água aparecem em seguida.
Por outro lado, houve uma redução na inadimplência de faturas de telefone celular, que representaram 14% em 2023, enquanto eram 16% em 2022 e 32% no ano anterior.
A pesquisa também indica um aumento no otimismo em relação à regularização da situação financeira, com 39% dos entrevistados acreditando que conseguirão pagar, em comparação com 25% em 2022. Os participantes mencionam que crédito mais acessível e ampliação do acesso a serviços públicos gratuitos poderiam facilitar a vida dos endividados.
É importante destacar que a pesquisa foi realizada antes do lançamento efetivo da plataforma Desenrola Brasil, que começou a operar em outubro e permite a negociação de dívidas para pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos.
Além disso, a influência das redes sociais no endividamento das pessoas foi notável, saltando de 16% em 2022 para 23%. Programas de TV, amigos e cônjuges também foram citados como influências significativas. A pesquisa revelou que 92% dos entrevistados acreditam no impacto negativo do endividamento na vida das pessoas, com 86% apontando que o sono é a área mais afetada.
Fonte: Agência O Globo