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Greve geral reuniu cerca de 5 mil pessoas contra políticas de Romeu Zema em BH

Por Brasil de Fato

07/11/2023 às 23:03:35 - Atualizado hĂĄ

Aos gritos de "fora, Zema", servidores pĂșblicos, sindicatos e movimentos populares realizaram, nesta terça-feira (7), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), uma greve geral para protestar contra as polĂ­ticas do governador Romeu Zema (Novo). As ações denunciaram medidas que tramitam na Casa, como o Plano de Recuperação Fiscal e a privatização das estatais mineiras.

O ato aconteceu durante a discussão do Projeto de Lei 1202/19, que prevĂȘ a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), na Comissão de Administração PĂșblica. Com a força da oposição e dos servidores presentes, o PL não passou por votação e foi retirado da pauta. O texto retorna para a discussão nesta quarta-feira (8).

Pela manhã, o Plano de Recuperação Fiscal também foi debatido na Comissão de Educação, na qual foram apontados os seus efeitos nas carreiras e nas remunerações dos servidores pĂșblicos.

RRF pode quebrar municĂ­pios mineiros


O ato contou com a presença de cerca de 5 mil pessoas / Foto: Lucas Wilker

Segundo os sindicatos, o Regime de Recuperação Fiscal de Zema precariza os serviços pĂșblicos e não resolve o problema fiscal do Estado. Além disso, a medida prevĂȘ o congelamento dos salĂĄrios dos trabalhadores do funcionalismo pĂșblico pelos próximos nove anos, permitindo apenas duas recomposições de 3%.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, que também tramita na ALMG, quer retirar a obrigatoriedade de realização de um referendo popular para privatizar empresas pĂșblicas mineiras. Entre elas estão a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de GĂĄs de Minas Gerais (Gasmig).

Com apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT Minas) e da Frente Mineira em Defesa dos Serviços PĂșblicos, composta por 22 sindicatos, o ato contou com aproximadamente 5 mil pessoas. Jairo Nogueira, presidente da CUT Minas, reforça que a greve conseguiu unificar todo o funcionalismo pĂșblico, em um momento histórico, contra um regime que vai destruir Minas Gerais.

"Quando Zema propõe o congelamento do reajuste dos servidores pĂșblicos, o poder de compra vai cair 55%. A maioria dos municĂ­pios mineiros, que são pequenos, vivem da renda do funcionalismo pĂșblico, então o governador vai quebrar esses municĂ­pios de Minas Gerais", lembra.

Não ao desmonte do serviço pĂșblico

Presidenta da Associação dos Auditores Fiscais do Estado de Minas Gerais (Affemg), Sara Felix ressalta que a greve é resultado do esclarecimento dos servidores sobre a enganação que o RRF representa. "Esse regime de recuperação fiscal não resolve nada, na realidade. Ele é um regime de destruição da condição fiscal do estado", lamenta.

Para ela, a solução para a situação econômica do estado é polĂ­tica e, portanto, é preciso que o governo de Minas Gerais dialogue com o governo federal para que seja possĂ­vel chegar a um ponto de solução que preserve o estado.

Eduardo Couto, presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado de Minas Gerais (Serjusmig) acredita que é um equĂ­voco chamar o projeto do governo Zema de "regime de recuperação fiscal". "Ele não recupera as finanças do estado, mas sim faz um reendividamento", pondera.

O sindicalista cita o exemplo do estado do Rio de Janeiro, que aderiu ao RRF em 2017. Durante a vigĂȘncia do regime, a dĂ­vida do estado saltou de R$ 132 bilhões para R$ 151 bilhões, crescendo mais de 14%. "Nós defendemos que seja feita uma auditoria para a 'suposta' dĂ­vida de Minas Gerais, porque ela tem origem duvidosa. Especialistas defendem que ela jĂĄ foi paga de duas a trĂȘs vezes. Mas, para isso a gente precisa de um lĂ­der, e infelizmente não existe um no governo estadual", argumenta.

Eduardo também lembra que a greve é para reforçar a importÃÂąncia das estatais como um patrimônio do povo mineiro. "Nós somos contra as privatizações. Água não é mercadoria, a ĂĄgua é um bem essencial, e energia é um bem estratégico", reafirma.

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