Motorista que atropelou fotógrafo e arrastou moto por 2 km nega ter bebido e jogado caminhonete em cima da vítima

Jamildo Assis Junior, de 49 anos, acusado de atropelar um motociclista e arrastar a moto dele por quase dois quilômetros em Londrina, no norte do Paraná, negou em depoimento ter ingerido bebida alcoólica e jogado caminhonete em cima da vítima.

A defesa dele disse que todos os fatos foram esclarecidos no interrogatório, e que o acidente foi uma fatalidade.

O caso ocorreu em outubro de 2022, na Avenida Ayrton Senna, zona sul da cidade. Wilton Miwa, tinha 52 anos, e trabalhava como fotógrafo.

A vítima ficou internada nove dias no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

O depoimento foi na quarta-feira (18) e durou cerca de dez minutos. O empresário confirmou o relato dito ao Ministério Público de que tudo iniciou após um desentendimento.

"Tinham três motoqueiros. Os três motoqueiros acharam que eu não ia parar, que eu ia atravessar a preferencial, mas eu parei. Eles passaram em frente da minha caminhonete, começaram a me xingar. Me seguraram um pouco, mas na hora que eles foram, eu também fui. A motocicleta do senhor Milton foi do lado, onde eu tava indo também, atrás dele, na mesma direção", disse

Durante o interrogatório, o empresário afirmou que não jogou propositalmente o veículo em direção à motocicleta e que não viu o momento do impacto.

.Afirmou ainda que não parou para prestar socorro à vítima com medo de ser linchado.

Questionado, sobre a garrafa de cerveja encontrada ao lado do banco do motorista, ele afirmou não ter tomado bebida alcoólica na noite do acidente.

O teste do bafômetro não foi feito na noite do acidente devido às agressões sofridas, e o condutor não foi preso.

Responde em liberdade

Jamildo responde o processo em liberdade, mas está proibido de dirigir, segundo a Justiça.

A polícia encerrou o inquérito e o indiciou por homicídio duplamente qualificado pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima e pelo motivo fútil.

A Justiça vai decidir se trata o caso como uma fatalidade no trânsito, com pena de, no máximo, oito anos de prisão, ou homicídio comum, com detenção que podem passar dos 20 anos.

Relembre o caso

O caso aconteceu na noite de 21 de outubro de 2022. Imagens foram feitas por motoristas que passavam pela via a caminhonete arrastando a moto.

A polícia informou que o fotógrafo e o motorista discutiram antes da moto ser arrastada pela Avenida Ayrton Senna, zona sul da cidade.

Miwa não chegou a ser arrastado junto com a motocicleta. O condutor da caminhonete chegou a ser agredido por outras pessoas que presenciaram o acidente.

O empresário foi socorrido pela equipe médica após as agressões e não realizou teste do bafômetro.

Wilton Miwa foi socorrido em estado grave e morreu 9 dias depois.