O governo da Argélia anunciou na segunda-feira (2) que o Níger, palco de um golpe de Estado que derrubou o presidente Mohamed Bazoum em julho, aceitou a mediação argelina para resolver a crise política no país. As informações são da rede France 24.
Em 26 de julho, o Níger foi palco de um golpe de Estado, no qual o general Abdourahamane Tchiani, alegando "deterioração da situação de segurança" no país devastado pela ação de grupos jihadistas, se autodeclarou líder nacional dois dias depois após destituir o presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum.
A ascensão ao poder de Bazoum, eleito no final de fevereiro de 2021, marcou uma transferência pacífica de poder histórica no Níger desde sua independência da França em 1960. Ele agora encontra-se sob custódia da guarda presidencial no palácio da presidência e pode ser julgado sob a acusação de "alta traição".
O político é reconhecido como um aliado fundamental nos esforços ocidentais para combater a insurgência islâmica na região do Sahel, e Niamei é um dos principais beneficiários da ajuda externa.
Apesar dos apelos de diversos países e blocos regionais, clamando pela reinstauração do presidente deposto, Tchiani rejeitou tais chamados, argumentando que configuram "interferência nos assuntos internos do país".
Um dos países mais pobres do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), o Níger luta contra o alastramento do Boko Haram, ligado à Al-Qaeda, e do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental), ambos da Nigéria, que já expandiram sua atuação para a nação vizinha.