Homem que se passou por policial, invadiu casa e matou idosos é condenado a 86 anos de prisão no PR

A Justiça condenou a mais de 86 anos de prisão Gustavo Henrique Palhinha da Rocha, de 23 anos, réu pelos latrocínios (roubo seguido de morte) de um casal de idosos em Apucarana, norte do estado, em 15 de março deste ano. Segundo a Polícia Militar (PM), as vítimas foram agredidas com chutes e socos enquanto dormiam.

O g1 tenta contato com a defesa dele.

De acordo com a polícia, Armando Guarnieri, de 79 anos, e a namorada dele, Maria de Lourdes da Silva, de 65 anos, estavam em casa quando foram violentados por Gustavo, que está preso preventivamente, e outro acusado, identificado como Renan Anderson da Silva.

A polícia informou que eles levaram uma mala, um relógio de pulo e um celular, objetos avaliados em R$ 2.129,90 dos idosos.

Eles se passaram por policiais civis para invadir a residência. Renan não foi condenado no processo porque morreu em um confronto com policiais.

Por causa das agressões, o idoso morreu no local. A mulher foi socorrida e levada ao Hospital da Providência, em Apucarana, mas morreu três dias após o crime.

Brutalidade

Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) detalhou a brutalidade da ação criminosa.

O MP afirma que Gustavo da Rocha "agrediu a vítima Armando Guarnieri, pisando repetidamente em sua cabeça". O outro denunciado, Renan da Silva, foi o responsável por agredir a idosa, "que permaneceu por horas agonizando".

Conforme a denúncia, os acusados ficaram na casa "durante toda a madrugada, onde tomaram banho e se alimentaram enquanto pelo menos uma das vítimas ainda agonizava".

Durante o interrogatório na delegacia, Gustavo confessou o crime.

Condenação

Na sentença, Gustavo da Rocha foi condenado a 86 anos, 8 meses e 42 dias de prisão. O juiz José Roberto Silvério, da 2ª Vara Criminal de Apucarana, dividiu a pena de 43 anos, 4 meses e 21 dias de reclusão pelo latrocínio de cada idoso.

O Código Penal estabelece que o crime de latrocínio tem pena de até 30 anos em caso de morte. De acordo com o magistrado, Gustavo teve uma condenação maior pelas agravantes de recurso que dificultou a defesa e pelas vítimas terem mais de 60 anos de idade.

"Ocorre que, no caso em análise, verifica-se extremo desvalor pela vida humana, pois o acusado ceifou a vida de duas vítimas idosas em excessiva agressividade".