Renata orienta os trabalhos de Larissa Forim Pezenti, que estuda a resistĂȘncia da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) a um agrodefensivo biológico feito com base no BT (bacillus thuringiensis), e de Jaqueline DionĂsio, que analisa a resistĂȘncia do percevejo marrom (Euschistus heros) ao inseticida quĂmico organofosfarato. "Ambas as pesquisas estudam insetos que estão em estĂĄgio descontrolado de reprodução. São problemas sérios nas lavouras", avaliou Renata.
A pesquisa é feita em parceria com a Embrapa Soja, com o pesquisador Daniel Ricardo Sosa Gomez, e o professor Rogério Fernandes de Souza, coordenador do Laboratório de BioinformĂĄtica e professor do Departamento de Biologia Geral.
Segundo Jaqueline, a resistĂȘncia do percevejo marrom ao inseticida ocorre por motivos variados, desde a aplicação contĂnua do defensivo a problemas de ordem ambiental. Ao não observar resultado com a pulverização, o produtor aplica mais e mais em uma mesma região, o que seleciona os percevejos resistentes por seleção genética.
"O modo de ação é o mesmo e os insetos tendem a ficar concentrados, sem se dispersar. Isso cria mecanismos de resistĂȘncia, os quais estamos avaliando", comenta. Entre os mecanismos de resistĂȘncia, que são provocados por alterações genéticas dos percevejos, estão o de identificação do odor do inseticida, o da alteração da cutĂcula (que retarda a entrada do inseticida no organismo) e, por fim, o de um conjunto de genes que retarda o metabolismo do inseto e dificulta a absorção.
Em todos os casos, a pesquisa passa por encontrar um controle biológico não-agressivo ao meio ambiente, ou reduzir a aplicação dos defensivos quĂmicos. "São produtos ofensivos à saĂșde e ao meio ambiente, se usados demais. Tudo isso ocorre, também, pois muitos produtores não respeitam os 10% de refĂșgio para não cultivo de soja transgĂȘnica", avalia a pesquisadora.
JĂĄ o controle da lagarta da soja – que pode desfolhar todas as regiões da planta, das folhas à raiz – é feito pelo BT. A pesquisa confronta o desempenho de plantas expostas ao bacilo e não expostas para avaliar provĂĄveis mudanças genéticas. "Encontramos, nos genes dos insetos analisados que tiveram contato com o inseticida, receptores de toxinas, mas o comportamento delas é bem complexo. O nosso grande achado da pesquisa foi esse, por enquanto", avalia a pós-graduanda.
O grupo de pesquisa coordenado por Renata estĂĄ ativo desde 2015 e acumula trabalhos na ĂĄrea. Larissa e Jaqueline, por exemplo, jĂĄ concluĂram o mestrado como pesquisadoras do grupo e prosseguem na pesquisa. Compõem o grupo cerca de 10 pesquisadores, da pós-graduação à graduação, com bolsistas de Iniciação CientĂfica (IC) JĂșnior, mestrado e doutorado, além de professores.