A manutenção de florestas pode economizar até quinhentos mil reais aos cofres públicos.
A manutenção de florestas pode economizar até quinhentos mil reais aos cofres públicos. É isso que aponta um estudo feito ao longo de cinco anos pela Universidade Federal do Paraná, em parceria com a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá. O levantamento foi feito no Rio Jacareí, no litoral do Paraná, que divide as cidades de Morretes e Paranaguá, com 40 km² de extensão. O geógrafo e coordenador técnico da Universidade Federal do Paraná, Marcelo Hung, destaca que o Rio Jacareí tem potencial para abastecer os dois municípios. Para isso, a recomendação é o investimento em pesquisa e preservação.
O estudo começou em 2019 e foi realizado em três fases. Primeiro, os pesquisadores fizeram uma série de levantamentos socioeconômicos da região, além de reunir informações sobre as áreas prioritárias à recuperação e a conservação ambiental. Na segunda fase, os dados foram analisados e as equipes calcularam os valores da produção de sedimentos atual e de manutenção.
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Na etapa final, um especialista em economia analisou os resultados e construiu dois cenários de mudanças na cobertura vegetal: um com crescimento de vegetação e o segundo sem restauração e com a expansão das áreas antrópicas, lugares onde a vegetação natural foi alterada.
Os dois cenários foram comparados ao longo de três anos. No primeiro, com o crescimento de vegetação ao longo do leito do rio, os sedimentos foram retidos em 24%. Já no segundo caso, sem o crescimento, o acumulo de sedimentos apresentou alta de 30%. Para fazer a retirada dos sedimentos, os órgãos públicos gastariam o valor aproximado de R$ 500 mil ao longo de 40 anos. O supervisor institucional da TCP, Octávio Eliot, destaca que a manutenção do local é um ponto de atenção para o terminal.
Na análise do supervisor, os resultados dependem diretamente do engajamento do poder público.
Além da economia financeira, o estudo aponta para a importância da preservação da Mata Atlântica. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Paranaguá, os próximos passos serão de análise dos resultados para uma possível restauração florestal no local.
Reportagem: Larissa Biscaia