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Passou uns vacilos: testamos o Alienware Aurora R15!

A Dell aumentou seu portfólio de produtos da linha Alienware no Brasil com a introdução dos seus desktops, os Alienware Aurora R15.

Por Da Redação

28/05/2023 às 19:22:54 - Atualizado há

Indo para termos mais práticos, o arrefecimento do Aurora é feito por um sistema de fans com entrada de ar na parte frontal e saída de ar na parte traseira e também na parte superior, no caso de nosso modelo, que conta com um liquid cooling de 240mm.

A Dell usa padrões próprios na construção de alguns dos componentes, algo que às vezes é bom, às vezes, nem tanto. O ponto positivo é o uso de encaixes que dispensam vários parafusos. Após tirar um primeiro parafuso na parte traseira, basta apertar um botão para abrir a tampa lateral, e componentes como memórias RAM, placa de vídeo e até diversas fans podem ser modificados sem precisar da chave cruzada novamente, só com o uso de encaixes. Os dois slots de SSDs também já ficam acessíveis sem precisar ir longe.

Upgrades no Alienware Aurora R15

O Aurora é muito fácil de abrir, mas tem conexões e formatos fora do padrão

Mas o ponto negativo desses padrões próprios são uma dor de cabeça para quem quiser modificar esse PC no futuro. Testamos até uma RTX 4090 modelo Founders Edition e ela coube – meio apertada, mas coube – o que indica que várias placas de vídeo podem encaixar nesse projeto, mas nem todas. O que efetivamente complica são formatos e conexões exóticas, como o cabo da fonte para a placa-mãe, fora do tradicional padrão de 24 pinos, bem como o próprio formato da mainboard. A Dell usa uma placa-mãe customizada, o que inclui, além do conector de energia fora do tradicional do mercado consumidor, também um recorte estranho no PC.

Isso é algo que vimos ao desmontar o ThinkStation da Lenovo. Ao invés de usar cabos para fazer a ligação das portas do painel frontal, a Dell usou uma solução típica do mercado corporativo: esticou o PCB da mainboard até chegar “lá na frente”. O resultado é um formato exótico para o consumidor doméstico que quiser fazer um upgrade futuro nesse componente, e vai ficar com o dilema de procurar adaptadores para não perder as portas USB frontais, ou até ficar sem nada ali.

Mesmo com essas excentricidades, é possível fazer upgrade de armazenamento, com dois slots de SSDs NVMe, de memórias, com (só) dois slots, de dois (só) HDs ou SSDs do tipo SATA, o processador (se não trocar a mainboard) e a placa de vídeo. Mudanças mais profundas, como mainboard ou fonte, são pouco indicadas pelo uso de formatos excêntricos ao mercado consumidor do “monte você mesmo”, o que vai dificultar a disponibilidade de componentes compatíveis.

Mas a Dell/Alienware dá uma escorregada em outro elemento: o software.

Software e Firmware do Alienware Aurora R15

O Alienware Aurora traz uma suíte de aplicativos semelhante ao que costumamos ver em seus notebooks, algo que já deu dor de cabeça em testes anteriores com produtos Alienware. Felizmente, desta vez, o aplicativo conseguiu se atualizar em apenas uma tentativa, diferente de experiências anteriores.

O Aurora ainda precisa de refinamento no software, e peca ao engessar muito o usuário no overclock

O Command Center continua um tanto engessado, inclusive demorando para carregar algumas vezes, mas faz sua função: possibilita fazer o ajuste do sistema de LEDs, e traz funções básicas de overclock.

Abrir as funções de overclock, por sinal, apresenta algumas opções bastante básicas e bem controladas. Não é possível fazer um undervolt, por exemplo, e os ajustes disponíveis no processador são bastante restritos. Instalar o Intel Extreme Tunning Utility (Intel XTU) ou ir para a UEFI na mainboard mostra que a Dell trancou esses ajustes em nível de firmware, limitando os ajustes disponíveis. Entre os poucos, está ajustar a duração do modo PL1, por exemplo, ou aumentar tensão elétrica, algo que eu não sou fã em um desktop com um Core i9-13900K e um liquid cooling de 240mm. Ele já esquenta o suficiente em configuração stock.

Apesar de desagradável, o mais grave ainda estava por vir: micreiros mais atentos notaram que a Dell equipou o Alienware Aurora com memórias DDR5 a 4800MT/s, a frequência mais baixa da tecnologia DDR5, e bem abaixo dos 5600MT/s que a própria Intel dá suporte – e inclusive é um argumento de venda da nova geração Intel Core. Além de cometer esse erro, a Dell não deixa o usuário corrigí-lo: se você colocar uma memória mais rápida, vai provavelmente ser recebido por uma mensagem alertando a troca para memórias não suportadas, e o XMP não fica disponível. O resultado é que colocamos uma memória TeamGroup de 6000MT/s para ver serem habilitados apenas 5200MT/s. Nem o padrão oferecido pela Intel no 13900K, nem o máximo disponível no perfil XMP da memória da TeamGroup. E tudo isso com o péssimo CL48.

Desempenho do Alienware Aurora R15

Vamos dividir nossos testes focando nos dois principais componentes do Aurora R15: o processador e a placa de vídeo. Aqui lembramos novamente que estamos com o modelo mais potente da linha, com um Core i9-13900K e uma RTX 4070 Ti, um cenário interessante já que temos o sistema de arrefecimento e de alimentação de energia do Aurora em seus cenário de estresse máximo.

Testes de processador do Alienware Aurora R15

Começando pelo arrefecimento, o liquid cooling de 240mm parece ter sustentado bem a temperatura do 13900K, mas aqui há um ponto importante: o Aurora R15 tem uma configuração de PL1 modesta, caindo para o PL2 em uma janela de 2 minutos. Isso ajuda a manter o aquecimento sob controle, mas impacta negativamente na performance em testes de alta demanda, como fica evidente nos testes de renderização, abaixo:

Temos uma queda de performance na casa dos 15%, comparado ao nosso Core i9-13900K da bancada de testes do Adrenaline. A diferença é uma mistura das limitações maiores na alimentação de energia e aquecimento, combinados com as frequências mais lentas das memórias que a Dell equipou o Aurora.

Em games essa diferença é menos impactante, na casa dos 10% na maioria dos games, resultado possivelmente das memória mais lentas, já que o aquecimento é um problema menor neste cenário.

Testes de placa de vídeo do Alienware Aurora R15

A Alienware trouxe um modelo customizado da GeForce RTX 4070 Ti com aparentemente um bom projeto. Destaque para o sistema triplo de fans com muitas estruturas de arrefecimento passivas, resultando em boas temperaturas de operação. Para medir esse desempenho, comparamos essa placa com outros dois modelos equipados com este chip, a ASUS TUF e a Gigabyte AORUS.

Olhando agora para os testes de performance, vemos que não é apenas o aquecimento que está bem dimensionado. A placa entrega a performance esperada, ficando pouca coisa atrás dos modelos comparados. Essa diferença é esperada, já que estamos falando de modelos com overclock de fábrica, e há margem para realizar um OC nesse modelo da Alienware e igualar ou até ultrapassar esses scores das rivais.

Vale a pena o Alienware Aurora R15?

Na prática, o Alienware Aurora R15 é um excelente PC para se jogar, streammar e trabalhar. Ele performa bem em games, e seu sistema de arrefecimento é extremamente silencioso. Isso somado a chips de alta performance e uso de SSD no armazenamento fazem com que ele seja um computador bastante satisfatório de usar. Esse parágrafo, infelizmente, abre caminho para um temível mas.

O Aurora R15 é um desktop que entrega alta performance, mas tem deslizes

Mas a Dell deixa umas pontas soltas neste produto. Comprar um desktop que usa conexões e formatos fora de amplamente difundido no mercado do “faça você mesmo” cria limitações para os upgrades dessa máquina. Outro problema é deixar “escorrer” a mentalidade da “Dell de terno e gravata” para um dispositivo que devia ser “o cara maneiro” da linha de produtos. Ficar limitando via software modificações na máquina parece algo que faz sentido para os PCs corporativos, mas isso aqui não é um computador de fazer planilha, ou de balcão de padaria. Essa é uma máquina que será usada por um entusiasta de computadores.

No dimensionamento do produto há espaço para melhorias, mas acredito que apenas a economia nas memórias seja algo grave. Felizmente, a Dell já está preparando novas versões do produto com disponibilidade de memórias RAM mais rápidas, então este é um problema transitório. Há uma perda de performance no processador devido aos ajustes feitos, mas na prática, jogando e trabalhando, não são tão perceptíveis assim. Dava para extrair mais do Core i9, mas ele está longe de estar com algum estrangulamento térmico ou energético, especialmente para games.

Cobrando um valor premium, o Aurora não pode se dar ao luxo de cometer erros

Mas quando falamos e uma marca boutique, tem outro ponto crítico: o preço. Máquinas com Core i9 e RTX 4070 Ti estão na faixa dos R$ 15 mil reais (exemplo aqui e aqui), o que faz com que o Alienware Aurora R15 esteja em duas situações ao mesmo tempo.

No lançamento, com a oferta que inclui o excelente monitor AW2523HF, a empresa está em competição próxima com essas máquinas montadas no Brasil. Mas sem o monitor, ela vai estar com uns 3 a 4 mil reais a mais de custo. Isso torna a disputa interessante no segmento high-end, já que no intermediário, a empresa acaba cobrando bem mais que máquinas montadas com RTX 3060 e Core i5 (exemplo aqui, inclusive com uma placa de vídeo melhor)

As promoções de lançamento incluem os seguintes kits:

  • Intel Core i5-13600K | 16GB | 512 SSD | RTX 3060 |
    Solid Panel – Mouse AW320M + Teclado AW510K: R$ 9.999
  • Intel Core i7-13700K | 16GB | 512 SSD | RTX 3060 |
    Solid Panel – Mouse AW320M + Teclado AW510K: R$ 12.199
  • Intel Core i7-13700K | 32GB | 512 SSD | RTX 3070 |
    Clear panel – Monitor AW2523HF: R$ 15.799
  • Intel Core i9-13900K | 32GB | 1TB SSD | RTX 4070Ti |
    Clear panel – Monitor AW2523HF: R$ 19.799

Como está cobrando premium, a Alienware não pode se dar ao luxo de cometer esses vacilos (firmware limitado em excesso, memórias baratas, uso de hardware fora do padrão) que suas rivais não estão cometendo, e em produtos mais baratos.

Fonte: Adrenaline
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